Em causa está legislação da União Europeia que determina que as companhias aéreas devem usar 80% das suas slots de aeroporto. Caso contrário, correm o risco de perder os seus direitos de descolagem e aterragem para companhias aéreas rivais.
Os voos são “vazios e desnecessários apenas para garantir os nossos direitos de aterragem e descolagem”, explicou Carsten Spohr, presidente-executivo da Lufthansa.
Brussels Airlines, uma subsidiária da Lufthansa, espera fazer 3 mil voos sem passageiros até ao fim de março, por exemplo.
Segundo a VICE, o ministro da mobilidade da Bélgica, Georges Gilkinet, escreveu à Comissão Europeia para exigir uma alteração da lei para pôr um fim a estes voos que são “um absurdo ambiental, económico e social”.
Em dezembro, o Grupo Lufthansa anunciou o cancelamento de 33 mil voos da programação de inverno devido à nova variante Ómicron.
“Acima de tudo, estamos a perder passageiros nos nossos mercados domésticos da Alemanha, Suíça, Áustria e Bélgica porque esses países foram os mais atingidos por esta onda pandémica”, disse Spohr numa entrevista ao Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung.
A regra para as slots de aeroportos foi suspensa pela União Europeia no início da pandemia. No entanto, as restrições foram trazidas de volta aos poucos, passando de 0% para 25% de utilização, e, mais recentemente, chegando a 50%, detalha a Simple Flying.
Tipicamente, a exigência pré-covid era de 80%, mas mesmo os 50% estão a revelar-se um desafio para algumas companhias aéreas.
Spohr fala ainda numa fraca perspetiva de voos para o resto da temporada de inverno, com uma queda acentuada a partir de meados de janeiro até fevereiro.
https://zap.aeiou.pt/companhia-aerea-18-mil-voos-vazios-455634
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