Como a descendência só passa através dos herdeiros masculinos, a família imperial japonesa pode estar à beira da extinção.
A monarquia japonesa é a monarquia contínua mais antiga do mundo, mas enfrenta uma clara crise de sucessão no século XXI.
O lugar do atual imperador Naruhito, de 61 anos, será preenchido pelo sobrinho, o príncipe Hisahito, em vez do seu único descendente, a princesa Aiko.
Acontece que se Hisahito, atualmente com 15 anos, não vier a ter um filho varão, a família imperial ficará sem herdeiros masculinos para continuar a linhagem.
Segundo o Ancient Origins, as sondagens de opinião pública mostram que os japoneses apoiam, de forma generalizada, a ideia de uma mulher assumir o papel de imperatriz.
No entanto, o consenso conservador entre políticos e legisladores continua a ser o do status quo, ou seja, a preferência pelo exemplo perfeito de uma família patriarcal japonesa. A sucessão feminina parece, para já, improvável.
As autoridades estão a traçar possíveis soluções para este dilema de sucessão. Em dezembro, o Governo designou um grupo de trabalho que apresentou duas vias.
A primeira visa permitir que as mulheres da realeza mantenham o título e deveres públicos quando se casam fora da família imperial.
Atualmente, a lei dita que se as mulheres casam com um plebeu, deixam de fazer parte da família real, como aconteceu em 2004 para Sayako Kuroda, a filha do atual imperador Akihito e a sua esposa Michiko, que teve que pedir permissão especial para se casar e teve que renunciar ao seu título de princesa.
A segunda solução é permitir que os homens de 11 antigos ramos da família real, abolidos nas reformas do pós-guerra, regressem à linha direta.
O relatório do grupo de trabalho recomenda, porém, que as regras da linhagem masculina sejam mantidas pelo menos até que o príncipe Hisahito se torne imperador.
À AFP, Makoto Okawa, professor de História na Universidade de Chuo, em Tóquio, disse que o sistema atual está “desatualizado” e que não se baseia “nas ideias sobre igualdade de género“.
“Penso que a opinião pública está a perguntar-se o que há de errado com a princesa Aiko ascender ao trono“, acrescentou o investigador.
Por enquanto, o Japão tem um dilema em mãos: a abolição de um sistema familiar patriarcal datado ou a revisão do sistema de modo a que reflita as tendências democráticas modernas.
https://zap.aeiou.pt/a-crise-de-sucessao-do-japao-455450
A monarquia japonesa é a monarquia contínua mais antiga do mundo, mas enfrenta uma clara crise de sucessão no século XXI.
O lugar do atual imperador Naruhito, de 61 anos, será preenchido pelo sobrinho, o príncipe Hisahito, em vez do seu único descendente, a princesa Aiko.
Acontece que se Hisahito, atualmente com 15 anos, não vier a ter um filho varão, a família imperial ficará sem herdeiros masculinos para continuar a linhagem.
Segundo o Ancient Origins, as sondagens de opinião pública mostram que os japoneses apoiam, de forma generalizada, a ideia de uma mulher assumir o papel de imperatriz.
No entanto, o consenso conservador entre políticos e legisladores continua a ser o do status quo, ou seja, a preferência pelo exemplo perfeito de uma família patriarcal japonesa. A sucessão feminina parece, para já, improvável.
As autoridades estão a traçar possíveis soluções para este dilema de sucessão. Em dezembro, o Governo designou um grupo de trabalho que apresentou duas vias.
A primeira visa permitir que as mulheres da realeza mantenham o título e deveres públicos quando se casam fora da família imperial.
Atualmente, a lei dita que se as mulheres casam com um plebeu, deixam de fazer parte da família real, como aconteceu em 2004 para Sayako Kuroda, a filha do atual imperador Akihito e a sua esposa Michiko, que teve que pedir permissão especial para se casar e teve que renunciar ao seu título de princesa.
A segunda solução é permitir que os homens de 11 antigos ramos da família real, abolidos nas reformas do pós-guerra, regressem à linha direta.
O relatório do grupo de trabalho recomenda, porém, que as regras da linhagem masculina sejam mantidas pelo menos até que o príncipe Hisahito se torne imperador.
À AFP, Makoto Okawa, professor de História na Universidade de Chuo, em Tóquio, disse que o sistema atual está “desatualizado” e que não se baseia “nas ideias sobre igualdade de género“.
“Penso que a opinião pública está a perguntar-se o que há de errado com a princesa Aiko ascender ao trono“, acrescentou o investigador.
Por enquanto, o Japão tem um dilema em mãos: a abolição de um sistema familiar patriarcal datado ou a revisão do sistema de modo a que reflita as tendências democráticas modernas.
https://zap.aeiou.pt/a-crise-de-sucessao-do-japao-455450
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