sexta-feira, 3 de junho de 2022

Zelenskyy acusa Rússia de “genocídio” no Donbass — E Putin contra-ataca !


O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, acusou na noite de quinta-feira a Rússia de estar a cometer um “genocídio” no Donbass.

“A atual ofensiva dos ocupantes no Donbass pode tornar a região desabitada”, disse Zelenskyy no seu discurso diário transmitido na televisão, acusando as forças russas de tentar “incendiar” várias cidades da região.

A Rússia pratica “deportação” e “assassínio em massa de civis” no Donbass, prosseguiu o chefe de Estado, salientando que “tudo isso (…) é uma óbvia política de genocídio levada a cabo pela Rússia”.

O Kremlin havia justificado a invasão por um alegado “genocídio” perpetrado pelos ucranianos contra a população russófona no Donbass.

Em abril, o parlamento ucraniano adotou uma resolução para descrever como “genocídio” as ações do Exército russo no país e instou todos os outros países e organizações internacionais a fazerem o mesmo. O próprio Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou essa expressão.

Forças russas bombardearam alvos na região de Dnipro, no centro da Ucrânia, nas últimas horas, causando danos significativos, enquanto mantêm a ofensiva no leste do país, especialmente na região de Donetsk.

Em Dnipro, a quarta cidade mais populosa da Ucrânia, a situação é complicada, com “vários ataques”, anunciou Valentyn Reznichenko, chefe da Administração Militar Regional de Dnipropetrovsk, hoje através da plataforma Telegram.

Reznichenko revelou que equipas de resgate estão a procurar sobreviventes entre os escombros dos edifícios que foram atingidos por ataques que causaram “grave destruição” na cidade, localizada na margem do rio Dnieper, que atravessa o país de norte a sul.

Enquanto isso, pelo menos 1.500 pessoas foram mortas em Severodonetsk, mas a cidade do leste da Ucrânia que o exército russo procura tomar a todo o custo continua a resistir, disse o líder militar da região.

Cerca de 12 mil pessoas permanecem na cidade, que tinha cerca de 100 mil habitantes antes da guerra, disse hoje o chefe da administração militar de Severodonetsk, Alexander Stryuk.

Severodonetsk tem sido o palco de combates ferozes que já destruíram 60% dos edifícios residenciais, disse Stryuk, citado pela agência Associated Press.

O líder militar disse que um grupo russo de reconhecimento e sabotagem entrou num hotel de Severodonetsk, mas que a cidade continua a resistir.

Severodonetsk é a única zona da região de Lugansk que continua sob controlo do governo ucraniano, e as forças russas têm tentado cercar a cidade.

Putin acusa Ocidente de “roubo” de bens russos

O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou quinta-feira o Ocidente de “roubo” dos bens russos congelados e confiscados durante a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, avisando que nada de bom virá de tais medidas.

“A violação de regras e regulamentos no campo das finanças e do comércio internacional não leva a nada de bom. E, em termos simples, só trará problemas a quem o fizer”, afirmou, durante uma intervenção por videoconferência na sessão plenária do Fórum Económico da Eurásia, que decorre em Bishkek, no Quirguistão.

“O roubo de ativos alheios nunca trouxe nada de bom a ninguém, especialmente àqueles que estão envolvidos nesse negócio indecoroso”, reiterou Putin.

As palavras do Presidente russo foram ditas dois dias depois de a Estónia, a Letónia, a Lituânia e a Eslováquia terem pedido aos seus parceiros da União Europeia (UE) que usem os cerca de 300 mil milhões de euros em ativos do Banco Central da Rússia congelados na sequência das sanções impostas a Moscovo para financiar a reconstrução da Ucrânia.

Nesse dia, a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, afirmou, no Fórum Económico de Davos (Suíça), que a UE “não deve deixar pedra sobre pedra” — inclusive, se possível, usando os ativos russos congelados — no seu percurso para ajudar a Ucrânia “a renascer das cinzas”.

Além disso, a CE apresentou na quarta-feira propostas para confiscar os bens dos oligarcas russos que têm tentado violar as sanções europeias, por exemplo, movendo os seus iates para fora da UE ou mudando a propriedade dos bens.

O comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, acrescentou ainda que a UE tem incentivado os países a transferir os valores dos ativos apreendidos para um fundo que ajude as vítimas da guerra na Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-acusa-russia-de-genocidio-no-donbass-e-putin-contra-ataca-481233

 

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