quinta-feira, 16 de abril de 2015

Estudo sugere que adolescentes preferem usar cigarro eletrônico ao tabaco

Pesquisa no País de Gales mostra que mais jovens provam tipo de cigarro.

Quanto ao uso regular, tabaco ainda prevalece.


Jovem fuma cigarro eletrônico em Nova York  (Foto: Reuters/Mike Segar/Arquivo)Os adolescentes são mais propensos a provar o cigarro eletrônico do que o cigarro tradicional, mas poucos deles o adotam, segundo estudo britânico publicado nesta quinta-feira (16).

Com base em duas pesquisas feitas com 10.600 jovens do País de Gales, com idade entre 10 a 16 anos, o estudo mostra que 5,8% da população com faixa etária entre 10 e 11 anos já provou cigarro eletrônico ao menos uma vez. Quando a pergunta refere-se ao cigarro convencional, a taxa cai para 1,6%.

O teste do cigarro eletrônico aumenta com a idade, chegando a 12,3% entre a faixa dos 11 a 16 anos de idade, mas ainda é menor do que o de tabaco, com exceção dos adolescentes entre 15 e 16 anos.

Apenas 1,5% daqueles com idade entre 11 e 16 anos relatam o uso regular (pelo menos mensalmente) do cigarro eletrônico, "o que sugere que o vaporizador não contribui diretamente e de forma significativa para a dependência da nicotina nos adolescentes de hoje", escrevem os autores do estudo publicado na revista médica "BMJ Open".

Quem já é fumante é maior usuário

No entanto, eles reconhecem que os usuários regulares do cigarro eletrônico são muitas vezes aqueles que fumam ou já fumaram tabaco ou maconha, fato que contraria a tese de que o e-cigarro seria uma porta de entrada para o tabagismo.

Eles continuam cautelosos e notam que é "possível que o uso do e-cigarro e do tabaco sejam favorecidos por fatores semelhantes e ocorrem simultaneamente sem uma relação de causa e efeito".

Entre outras lições tiradas do estudo, figuram a constatação de que o cigarro eletrônico é um fenômeno que afeta adolescentes de todas as origens sociais e sexos, enquanto o tabagismo continua a ser maior entre os meninos de classe trabalhadora.

"Nossos resultados sugerem que a vaporização poderia se espalhar entre os jovens e tornar-se uma espécie de padrão, independentemente do status econômico e social, etnia ou gênero, como foi o caso da maconha e outras drogas recreativas na década de 1990", notam os autores do estudo, liderado pelo professor Graham Moore, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido.

O estudo britânico é bastante próximo ao de outros estudos publicados nos últimos anos, mostrando um forte interesse de jovens adolescentes para o e-cigarro, embora muitos países já têm ou estão prestes a legislar no sentido de proibir sua utilização em menores de 18 anos, como é o caso do tabaco.

De acordo com uma pesquisa da associação Paris Sem Tabaco, realizado a partir de uma amostra representativa de 2% dos estudantes do ensino médio na capital francesa, a proporção de alunos do ensino secundário (12 a 19) que já experimentou o cigarro eletrônico explodiu nos últimos anos: 39% em 2014 contra 10% em 2011.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/04/adolescentes-preferem-usar-cigarro-eletronico-ao-tabaco-sugere-estudo.html

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