A Agência Espacial Europeia assinou hoje um contrato de 129,4
milhões de euros, que foi anunciado como o primeiro para “defesa
planetária” na Europa, no âmbito da missão Hera, vocacionada para
estudar e desviar asteroides.
O contrato assinado pela Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em
inglês) abrange o projeto detalhado, o fabrico e os testes da Hera, “a
primeira missão da agência para a defesa planetária”, que tem participação portuguesa, de acordo com informação divulgada pela agência.
“Esta missão ambiciosa será a contribuição da Europa para um esforço internacional de deflexão de asteroides em risco de colisão com a Terra, definida para realizar a exploração sustentada de um sistema de asteroides duplo”, precisou a ESA.
No âmbito da missão, Portugal e a Roménia estão a desenvolver um laser que vai fornecer informações consideradas essenciais para as funções de navegação autónoma da sonda.
A Hera será a primeira sonda a encontrar-se com um sistema de
asteroides binário, “uma classe pouco compreendida que compõe cerca de
15% de todos os asteroides conhecidos”, refere um comunicado divulgado
pela ESA.
O contrato de 129,4 milhões de euros foi assinado
por Franco Ongaro, diretor de Tecnologia, Engenharia e Qualidade da ESA,
e Marco Fuchs, dirigente da empresa espacial alemã OHB, do consórcio
Hera, num centro da ESA na Alemanha que servirá como posto de controlo
da missão Hera, a lançar em 2024.
O projeto envolve cientistas europeus e norte-americanos.
A sonda DART, com lançamento previsto para julho, fará um primeiro
impacto no menor dos dois asteroides do sistema binário que vai ser
estudado e a Hera vai fazer o acompanhamento com “uma análise detalhada”
pós-impacto, para transformar os dados recolhidos nesse teste em grande
escala numa técnica de deflexão (desvio de direção) de asteroides.
A ação da Hera demonstrará também várias novas tecnologias, como a
navegação autónoma ao redor do asteroide – um pouco como os carros sem
condutor na Terra, exemplificou a ESA.
Ao mesmo tempo, vai reunir “dados científicos cruciais” para ajudar os cientistas a compreenderem melhor a estrutura dos asteroides.
https://zap.aeiou.pt/esa-assina-contrato-defesa-asteroides-346906
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