Uma equipa de agentes do Serviço de Segurança Federal Russo (FSB) estava por trás da tentativa de assassinato, revelou o prório dissidente russo.
O opositor russo Alexei Navalny, ativista anticorrupção e crítico do Kremlin, apresentou registos telefónicos e listas de passageiros de companhias aéreas como evidência de que o grupo FSB – principal agência sucessora da KGB da era soviética – estava por trás do envenenamento, num vídeo publicado no YouTube.
Navalny adoeceu gravemente durante um voo da Sibéria para Moscovo em agosto. Foi levado primeiro a um hospital em Omsk, no sudoeste da Sibéria e, depois, levado para Berlim para tratamento. Laboratórios alemães, franceses e suecos determinaram que foi envenenado por um agente nervoso Novichok da era soviética.
“Eu sei quem quis me matar”, disse o ativista num vídeo de quase uma hora publicado no YouTube, antes de publicar os retratos dos acusados. A operação, segundo Navalny, teria sido conduzida por uma equipa de pelo menos oito agentes a mando do presidente Vladimir Putin.
Um membro do grupo FSB alegamente envolvido na tentativa de homicídio relatou o sucedido diretamente ao presidente russo, Vladimir Putin, segundo uma investigação conjunta envolvendo Bellingcat, o site russo The Insider, o jornal alemão Der Spiegel e a emissora CNN.
Os meios de comunicação estão a conduzir uma investigação contínua para descobrir quem está por trás do envenenamento.
A equipa de agentes do FSB parece ter tentado pelo menos duas outras vezes envenená-lo com a arma química Novichok, segundo Navalny. As duas vezes anteriores não tiveram sucesso porque a dosagem era muito pequena.
Navalny explicou ainda que a equipa precisava de ter cuidado para não usar muito veneno porque uma morte instantânea seria muito fácil de investigar.
A investigação identifica os agentes do FSB Alexey Alexandrov, Ivan Osipov – ambos médicos – e Vladimir Panyaev, que seguiu Navalny até a cidade russa de Tomsk, onde foi envenenado, juntamente com outros.
Navalny e os meios de investigação, incluindo Bellingcat, apresentaram metadados de telefone, registos de voos sobrepostos e bancos de dados offline previamente vazados como evidência das suas alegações.
Por exemplo, a investigação Bellingcat afirma que os agentes do FSB seguiram Navalny desde 2017, “viajando com ele em mais de 30 voos sobrepostos para os mesmos destinos”. “Dada essa série implausível de coincidências, o peso da prova para uma explicação inocente parece recair puramente sobre o Estado russo“, concluiu a investigação Bellingcat.
Navalny há muito considera o Kremlin responsável pelo seu envenenamento. Moscovo nega as acusações.
https://zap.aeiou.pt/investigacao-revela-que-espioes-russos-seguiram-navalny-365768
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