As economias da Nova Zelândia e da Austrália apresentam uma forte recuperação económica depois do impacto provocado pela pandemia de covid-19.
No caso da Nova Zelândia, o país saiu da recessão ligada à pandemia da covid-19, ao estabelecer um recorde de crescimento trimestral de 14,0% entre julho e setembro, indicaram dados oficiais divulgados esta quinta-feira.
Este crescimento ocorre após a queda de 11,0% do Produto Interno Bruto (PIB) registada no trimestre precedente, período durante o qual a Nova Zelândia estava em confinamento.
O ministro das Finanças neozelandês, Grant Robertson, declarou que esta recuperação se devia ao êxito do país na luta contra a propagação do novo coronavírus. Com uma população de cinco milhões de habitantes, a Nova Zelândia registou apenas 25 mortos.
“A recuperação da economia é um resultado da nossa decisão de atuar forte e rapidamente durante a pandemia da covid-19”, disse Robertson.
“Demos apoio a mais de 1,8 milhões de trabalhadores com o plano de subvenção de salários e investimos milhares de milhões de dólares em infraestruturas, formação e criação de empregos”, adiantou o ministro.
De acordo com o instituto de estatísticas neozelandês SNZ, as indústrias de serviços foram a locomotiva deste forte crescimento, com um subida de 42,8% nas vendas a retalho, alojamento e restauração, com os neozelandeses a regressarem a uma vida quase normal, na sequência do êxito do confinamento.
“Isto levou ao mais forte aumento trimestral do PIB alguma vez registado na Nova Zelândia”, sublinhou um responsável do SNZ, Paul Pascoe.
Já a vizinha Austrália terá um défice com uma diminuição de 8% em relação à previsão inicial, ou seja, de 198 mil milhões de dólares australianos (cerca de 123 mil milhões de euros), de acordo com o ministro do Tesouro, Josh Frydenberg, que anunciou a recuperação económica durante a apresentação do relatório de atualização semestral do orçamento 2020-21
Também a taxa de desemprego vai fixar-se em 7,5% no primeiro trimestre de 2021, ou 0,5 pontos percentuais abaixo do calculado no orçamento de 2020-21, apresentado em outubro. O Produto Interno Bruto (PIB) vai cair 2,5% este ano, mas vai aumentar para 4,5% em 2021, adiantou.
Esta recuperação deveu-se a uma redução dos subsídios salariais do programa JobKeeper, criado para ajudar empresários e assim proteger empregados e postos de trabalho.
O ministro destacou: “85% dos 1,3 milhões de australianos que perderam os seus trabalhos ou viram reduzidas as horas laborais a zero, no início da crise, estão agora de volta aos seus postos. O terceiro trimestre rejeitou um aumento de 3,3% do PIB, no maior aumento trimestral desde 1976”.
Josh Frydenberg salientou que a recuperação também se deve, em grande parte, à subida do preço do ferro, matéria-prima da qual a Austrália é o principal exportador do mundo.
A segunda vaga da covid-19 na cidade de Melbourne, entre julho e novembro, atrasou os planos de recuperação do país, que acumula, desde o início da pandemia.
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