O primeiro reator nuclear desenvolvido pela China, a ser integrado na rede do país, desligou-se de emergência, em outubro, durante um teste, mas sem fuga de material radioativo, noticiou esta terça-feira a imprensa oficial.
O teste ao Hualong-1 realizou-se em 27 de outubro, nos sistemas de bloqueio de segurança dos tubos de vapor do reator número cinco da central nuclear de Fuqing, na província de Fujian (leste), de acordo com o comunicado agora divulgado pela Administração de Segurança Nuclear chinesa e citado pela imprensa estatal.
Quando foi detetada uma grande diferença na pressão do vapor entre diferentes tubos, num curto período, os sistemas de segurança foram ativados e o reator desligou-se automaticamente.
“O sistema de segurança respondeu aos requisitos e não foram encontradas anormalidades nas operações do pessoal. Não houve fuga radioativa ou qualquer efeito adverso na segurança do pessoal e do meio ambiente”, indicou a mesma nota.
Por considerarem que o incidente “podia ter tido algum significado como referência para o funcionamento seguro e estável” da central de Fuqing, um grupo de especialistas visitou o complexo, entre 9 e 13 de novembro, para tentar determinar a causa.
De acordo com a investigação, ocorreu um congestionamento no sistema de tubagem do vapor e o operador não tinha conhecimento e experiência suficientes para lidar com a situação.
Entre as recomendações dos especialistas há várias menções sobre como evitar os efeitos do designado ‘golpe de aríete’, que ocorre quando existe uma aceleração do fluxo num tubo fechado com água em repouso, devido a uma rápida pressurização do sistema, o que pode causar danos graves às tubagens.
Este evento não constituiu um impedimento para que as autoridades chinesas ligassem o reator à rede, em 27 de novembro, num marco para a indústria nuclear do país.
Segundo a imprensa oficial chinesa, os principais componentes do Hualong-1 foram produzidos na China e dão ao reator uma vida útil de cerca de 60 anos.
As autoridades garantiram que este tipo de geradores de energia, também conhecidos como HPR1000, cumprem os “mais rígidos padrões de segurança” em todo o mundo.
A construção da unidade cinco da central nuclear de Fuqing, a primeira da China a ter esses reatores de terceira geração, foi iniciada em 2015 e concluída dois anos depois, enquanto outro gerador, a futura unidade seis, tem conclusão prevista para o próximo ano.
Existem atualmente seis outros Hualong-1 em construção no exterior, incluindo dois em Carachi, no Paquistão.
O reator chinês também foi oferecido à Argentina como parte do acordo para a construção da quarta e da quinta centrais nucleares no país sul-americano.
https://zap.aeiou.pt/reator-nuclear-china-desliga-testes-365761
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