Ligar para o 112 (ou 911, nos Estados Unidos) em algumas cidades norte-americanas pode fazer com que seja despejado, tudo por causa das chamadas “leis de incómodo”.
Por exemplo, em Maplewood, Missouri, uma vítima de violência doméstica foi forçada a sair de casa após contactar a polícia. Depois de sofrer vários abusos do seu namorado, Rosetta Watson ligou para o 112. A mulher acabou por ligar para a polícia em quatro ocasiões ao longo de seis meses, escreve a Vox.
Como resultado, Maplewood considerou-a um “incómodo” e revogou a sua licença de ocupação, que é obrigatória para residir na cidade. Watson foi obrigada a mudar-se para outra cidade, onde viria novamente a sofrer abusos do namorado. Com medo de voltar a chamar a polícia, viu-se obrigada a ir diretamente ao hospital.
“Achei que ligar para o 112 ajudaria a impedir o abuso, mas, em vez disso, Maplewood puniu-me”, disse Watson. “Perdi a minha casa, a minha comunidade e a minha fé na polícia para oferecer proteção”.
Várias cidades têm leis semelhantes à de Maplewood. O objetivo é delegar os proprietários como agentes policiais. As cidades que procuram punir ou livrar-se das pessoas que consideram “incómodos”, sem ter que acusá-las de um crime específico, implementam estas políticas, com o efeito de criminalizar comportamentos muitas vezes legais.
Além disso, são frequentemente adotadas para impedir a entrada de minorias, pessoas de baixo rendimento e outros grupos marginalizados.
Algumas destas leis designam uma propriedade como um incómodo público, geralmente depois de a polícia ser chamada várias vezes para responder a incidentes no mesmo local. Nestes casos, os caseiros são forçados a agir como uma autoridade e enfrentam multas e outras medidas punitivas caso não sejam capazes de dissipar a situação.
Os proprietários são por vezes pressionados a despejar inquilinos que estejam de alguma forma envolvidos em atividades incómodas, independentemente de serem a vítima, o autor ou simplesmente estarem associados à vítima ou ao autor de um alegado crime.
https://zap.aeiou.pt/eua-ligar-112-pode-seja-despejado-388017
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