Uma professora de uma escola secundária no Mississippi, nos Estados Unidos, está a ser alvo de críticas devido a uma fotografia de um trabalho de casa divulgada nas redes sociais.
Foi pedido aos alunos do 8.º que “fingissem que são escravos a trabalhar numa plantação no Mississippi” e “escrevessem uma carta para a sua família em África ou noutro estado norte-americano a descrever a sua vida”. A professora está a ser acusada de banalizar o racismo.
Era ainda sugerido aos alunos que falassem sobre a sua viagem até à América, assim como as tarefas que faziam no dia-a-dia. Além disso, podiam falar sobre a família com quem viviam/trabalhavam e como é que passavam o seu tempo livre.
Os críticos argumentam que a professora ignorou muitos dos factos da escravidão ao sugerir que os escravos teriam a capacidade de escrever e enviar cartas, escreve a Insider.
“Família para a qual você trabalha? Quer dizer, o mestre que o força a trabalhar? A ‘família’ que usa ameaças de violência para mantê-los na linha?! Então, no seu dia de folga (que nunca aconteceu), foi chicoteado? Violado? Espancado? Esta não é uma carta do campo de férias, pessoal!”, escreveu um utilizador do Twitter.
O diretor da escola, Frank Bunnell, pediu desculpas aos pais por algo como isto ter acontecido sob a sua supervisão.
“Uma pessoa poderia ler apenas a tarefa e traçar uma visão muito irrealista das verdadeiras tragédias que ocorreram. Isto não era pretendido”, escreveu o diretor num email enviado aos pais, ao qual o The Daily Beast teve acesso, explicando que o slide da apresentação que está a circular nas redes sociais foi retirado do contexto.
“No entanto, a intenção não desculpa nada. Não há desculpa para subestimar uma prática que (mesmo depois de abolida) estimula leis injustas, práticas económicas desleais, tratamento desumano e repressão de um povo”, lê-se ainda no email.
https://zap.aeiou.pt/alunos-fingir-escravos-escrever-carta-385256
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