"Ele é um assassino". Ele é o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi e
a acusação que lhe foi feita - atrás entre aspas - saiu da boca de uma
mulher, que interrompeu aos gritos uma conferência de imprensa em
Berlim, em que anfitriã era a chanceler alemã, Angela Merkel.
A protagonista, identificada como uma jornalista pela cadeia
televisiva Deutsche Welle, foi levada pela segurança, mas conseguiu que o
ato terminasse mais cedo.
A mulher não foi a única a desafiar al-Sisi, que ainda ouviu
gritarem-lhe "abaixo o regime militar", antes de partir, também entre
gritos de apoios, a desejar "longa vida ao Egito".
A visita de dois dias do presidente egípcio à Alemanha está a ser marcada por vários protestos.
À porta da chancelaria dezenas de pessoas manifestaram-se contra a
falta de liberdade de imprensa e o desrespeito pelos direitos humanos no
Egito.
Mesmo ao lado delas, separados pela polícia, estavam também cerca de uma centena de apoiantes do chefe de Estado.
Pena de morte
Durante a conferência de imprensa, Angela Merkel comprometeu-se a
estreitar os laços económicos com o Egito, ao mesmo tempo que censurou a
aplicação da pena de morte no país.
“Em nenhumas circunstâncias, mesmo em relação a atividades
terroristas, as pessoas devem ser condenadas à morte”, disse a
chanceler.
Al-Sisi, por sua vez, defendeu o sistema judicial egípcio.
“Nós também amamos a democracia e as liberdades no Egipto. Mas
vivemos numa altura muito difícil”, disse o presidente egípcio e antigo
chefe do exército.
Abdel Fattah al-Sisi chegou ao poder após as eleições de maio de 2014. Um ano antes tinha deposto, através de um golpe militar, o primeiro chefe de Estado eleito do Egito, Mohamed Morsi.
Desde que está na presidência al-Sisi tem protagonizado uma perseguição sem tréguas aos apoiantes de Morsi. Dezenas deles foram já condenados à morte, entre eles o antigo presidente.
Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/alemanha/ele-e-um-assassino
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