Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) fecharam uma represa, o que
pode expor a novos ataques as forças iraquianas que procuram
reconquistar a cidade de Ramadi, estimaram nesta quarta-feira as
autoridades locais.
Por sua vez, no norte da Síria ao menos 24 pessoas morreram, vítimas de
barris de explosivos. Oito delas são crianças, disse o Observatório
Sírio de Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha.
Após a queda de Ramadi, em meados do mês passado, o primeiro-ministro
iraquiano, Haider al-Abadi, disse que suas tropas reconquistarão esta
cidade em alguns dias, o que ainda não ocorreu.
À medida que as forças de Bagdá se aproximam de Ramadi, outros
funcionários indicaram que correm o risco de ser alvos de ataques, já
que os jihadistas fecharam uma represa para fazer o nível do rio
Eufrates baixar e cruzá-lo com maior facilidade.
"Agora o EI está travando uma suja guerra de água", estimou Sabah Karhout, que lidera o conselho provincial de Al-Anbar.
"Cortar a água é o pior crime que podem cometer. Assim vão forçar as
crianças, as mulheres e os idosos a fugir e deixá-los se deslocar e
realizar ataques", acrescentou.
"Talvez o EI não tenha combatentes suficientes para se enfrentar
conosco em uma batalha convencional", estimou Arkan Jalaf al Tarmuz,
outro membro do conselho provincial.
"Por isso está usando a água como arma para tornar mais vulneráveis zonas nas quais existem bases militares", segundo Tarmuz.
A caótica retirada das tropas iraquianas de Ramadi no mês passado
lembrou o total colapso das forças federais na segunda cidade iraquiana,
Mossul, há um ano, quando os combatentes do EI conquistaram
aproximadamente um terço do Iraque em alguns dias.
Segundo um funcionário americano de alto escalão, mais de 10.000
integrantes do grupo EI morreram nos nove meses de bombardeios da
coalizão internacional liderada por Washington contra os jihadistas no
Iraque e na Síria.
"Vimos enormes baixas no Daesh (acrônimo árabe do EI), mais de 10.000
desde o início desta campanha, e isso acabará surtindo efeito", declarou
o subsecretário de Estado americano, Antony Blinken, em uma entrevista à
rádio francesa France Inter, na qual não declarou se falava de Iraque,
Síria ou dos dois países.
Blinken foi a Paris para participar de uma reunião da coalizão internacional antijihadista que ocorreu na terça-feira.
Os vinte países e organizações internacionais presentes na capital
francesa deram seu apoio ao plano militar do primeiro-ministro iraquiano
para reconquistar a província ocidental de Al-Anbar.
No plano adotado pelo gabinete do primeiro-ministro Abadi, o governo de
Bagdá espera mobilizar as tribos sunitas da província de Al-Anbar e
garantir que as milícias xiitas operem sob a autoridade do governo, para
evitar tensões sectárias.
As pessoas que compareceram à reunião de Paris também convocaram o
presidente iraquiano a realizar reformas políticas para integrar melhor a
minoria sunita marginalizada.
Em relação à estratégia da coalizão, que não conseguiu deter o avanço
do EI, apesar de seus 4.000 bombardeios em nove meses, Blinken afirmou
que havia conseguido importantes avanços.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/jihadistas-fecham-represa-e-expoem-forcas-iraquianas-a-novos-ataques,12be9b7fe72e39b9567a0b50e5b1ed75lbnnRCRD.html
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