O multimilionário e filantropo George Soros considera que,
sem um aumento do orçamento comunitário e sem emissão de obrigações em
que não haja prazo de reembolso, o colapso da União Europeia (UE) pode
passar de uma possibilidade a uma “realidade trágica”.
Em entrevista ao jornal holandês De Telegraaf,
o multimilionário de 89 anos, nascido na Hungria e sobrevivente do
Holocausto, avisou que, sem emissão de obrigações que não tenham prazo
de reembolso, a União Europeia (UE) vai ruir sob o peso da tragédia
económica. Segundo Soros, só a união entre Estados-membros pode salvar a
UE.
“Se a UE não conseguir ter em consideração essas ferramentas numa
altura destas, não será capaz de enfrentar os desafios que enfrenta.
Isto não é uma possibilidade, é uma realidade trágica”, disse Soros.
George Soros mostra-se principalmente preocupado com Itália. “O que restaria da Europa sem a Itália?
O afrouxamento das regras de ajuda pública, que beneficiam a Alemanha,
são particulamente duras para Itália, que já era uma espécie de velhinho
doente da Europa e é o país que mais sofreu com a covid-19”.
Para o multimilionário, os nacionalismos estão à espera que os países
da UE demonstrem a sua falta de objetivos comuns para atacar.
Os tempos da pandemia “são circunstâncias excecionais, por isso são
precisas medidas excecionais. Coisas como obrigações sem prazo de
reembolso são medidas desse tipo, e nem sequer deviam ser consideradas
em tempos normais”, disse Soros.
O multimilionário sugeriu ainda que a UE poderia fornecer títulos perpétuos, autorizando a tributação para emiti-los, uma vez que, de acordo com o Jornal Económico, a UE precisaria de manter a sua classificação de crédito AAA para que a ideia funcionasse.
Soros acrescentou também que o dinheiro arrecadado poderia ser alocado para aqueles que mais necessitavam, especialmente os países do Sul mais atingidos como Itália.
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