A matemática Ann Mitchell morreu no último 11 de maio, aos 97 anos,
em uma casa de repouso em Edimburgo (Escócia). Ela participou da equipe
de Alan Turing responsável por quebrar o código nazista da máquina Enigma durante a Segunda Guerra Mundial. Com a saúde frágil pela idade, Mitchell foi diagnosticada com covid-19 recentemente.
A vida dela foi repleta de grandes feitos. Ann foi uma das únicas 5
mulheres aceitas para estudar Matemática na Universidade de Oxford em
1940. Depois de sua graduação, em 1943, passou a decifrar mensagens
secretas do regime alemão em Bletchley Park.
Na década de 1950, começou a trabalhar como conselheira de orientação
matrimonial no Conselho de Orientação Escocesa, onde ficou durante
décadas. Nos anos 1970, voltou aos estudos e graduou-se em Política
Social, com mestrado em Filosofia pela Universidade de Edimburgo.
Mitchell foi responsável por uma pesquisa pioneira sobre os efeitos do
divórcio nos filhos, que influenciou mudanças na lei escocesa.
Decifradora de código nazista
(Fonte: BBC/Reprodução)
Quando Mitchell foi convocada para o serviço de guerra no Ministério
das Relações Exteriores, não tinha noção do trabalho que estava
aceitando. Ela foi trabalhar na "cabana 6", onde foi iniciada no mundo
secreto da decriptografia.
A cabana 6 desvendava códigos de alta prioridade da Luftwaffe
(força aérea alemã) por meio de várias máquinas decifradoras de
fabricação britânica. A matemática jurou nunca divulgar informações
sobre o seu trabalho e não revelou as suas atividades nem para o seu
marido.
Na década de 1970, ela ficou impressionada ao descobrir a publicação
de livros sobre a Enigma. Depois da revelação do segredo, ficou
encantada em poder falar de seu trabalho e passou a dar palestras por
toda a Inglaterra.
Pessoa extraordinária
(Fonte: BBC/Reprodução)
A autora do livro The Bletchley Girls, Tessa Dunlop, disse:
"Ann era uma raça rara. Lembro-me da arquivista da faculdade da
Universidade de Oxford que me enviou seu currículo — em uma época em que
as mulheres geralmente não trabalhavam nisso."
"Conhecer e falar com Ann foi uma experiência esclarecedora e
alegre”, afirma a escritora. “Esposa e mãe de quatro filhos, ela
combinou uma empatia gentil (daí seu trabalho posterior na área de
orientação em casamento) com uma extraordinária acuidade”, Dunlop
completa.
https://www.megacurioso.com.br/educacao/114566-matematica-que-decifrou-codigo-nazista-morre-aos-97-anos.htm
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