sexta-feira, 27 de março de 2015

Saiba quem são as pessoas que fazem sexo pela ciência

sexoNão são poucos os estudos que dependem de pessoas dispostas a fazer sexo pelo bem da ciência. Mas quem são essas pessoas que, como no caso de uma pesquisa sobre as melhores posições sexuais para quem tem dor nas costas, se propõem a isso?

No trabalho em questão, casais foram filmados usando captura de movimento e tecnologia infravermelha enquanto tinham relações sexuais. Os pesquisadores estavam em uma cabine separada, onde eles podiam ouvir, mas não ver, os participantes. Eletrodos foram utilizados para registrar a atividade muscular em determinadas partes do corpo, para ter uma ideia da força utilizada em cada uma delas.
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Outros estudos são mais invasivos. A pletismografia peniana ou falometria mede a circunferência do pênis em resposta a imagens sexuais, registrando o quão excitado um homem fica em resposta à pornografia. Já a excitação sexual das mulheres é medida pela pletismografia vaginal, na qual um sensor dentro de um pequeno cilindro é inserido na vagina como um absorvente interno. Não é uma experiência particularmente sexy, dá para imaginar.
Porém, será que algumas pessoas ficam excitadas a saber que suas atividades sexuais estão sendo monitoradas por especialistas?

Mestres pioneiros

William H. Masters e Virginia E. Johnson foram os primeiros pesquisadores a observar sexo no laboratório, em 1950, nos Estados Unidos. Eles estudaram 145 prostitutas em seus primeiros experimentos, devido a preocupações de que ninguém mais gostaria de participar.

A pesquisa seguinte da dupla envolveu voluntários da comunidade em geral. Eles observaram 300 casais, que foram aleatoriamente divididos em pares, fazendo sexo. Eles também estudaram a sua própria resposta sexual – tendo relações sexuais um com o outro pela ciência, enquanto conectados a equipamentos de laboratório.
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Sua teoria do “ciclo de resposta sexual humana” resultou desse trabalho. Este ciclo de excitação, orgasmo e satisfação durante a relação sexual foi a base para a definição do sexo normal e da “disfunção” sexual. Esta teoria teve enorme influência sobre como o sexo foi conceituado na medicina e na sociedade.

Métodos e voluntários questionáveis

Para evitar críticas, os primeiros pesquisadores da área adotavam métodos experimentais sem pensar duas vezes em busca de ser o mais “científicos” o possível. Porém, tais técnicas são questionadas pois a resposta corporal não é a única maneira de entender o sexo – há, inclusive, a ideia de que o sexo acontece mesmo dentro do cérebro, dando mais importância a sentimentos e crenças do que à resposta física. O desejo sexual das mulheres é muitas vezes associado a ser desejada, por exemplo, em vez de a uma resposta fisiológica.

Também se questiona a representatividade dos sujeitos que aceitam participar de tais testes, já que descobriu-se que homens que se voluntariam para experiências sexuais sentem menos culpa e medo em relação ao sexo do que aqueles que se recusam. Eles têm, ainda, mais parceiros sexuais do que os não voluntários e se envolvem em comportamentos sexuais mais diversos. Já as mulheres que se voluntariam teriam mais traumas sexuais, se masturbariam com mais frequência e teriam tido maior exposição à pornografia quando mais novas. Assim como no caso dos homens, elas também teriam menos medo sexual.
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“Hoje, os pesquisadores que utilizam métodos experimentais para estudar o sexo estão em minoria”, conta Jane Ussher, professora de Psicologia da Saúde da Mulher no Centro para Pesquisa em Saúde da Universidade de Western Sydney. Considerações éticas, dificuldades no recrutamento,dificuldades na obtenção de financiamento e a consciência de que o sexo é mais do que o corpo são algumas das razões para isso.

Os estudiosos da área têm usado principalmente questionários ou entrevistas, perguntando às pessoas sobre suas experiências sexuais e desejos – método que, de forma semelhante ao já citado, está sujeito a falhas de representatividade. Neste caso, descobriu-se que os voluntários têm experiência sexual, maior busca de sensações, têm mais fantasias sexuais, se masturbam mais e têm menor em conformidade social. Eles também têm maior autoestima e são geralmente mais abertos.

Importância inquestionável

Porém, isso tudo não significa que todos os voluntários de pesquisas sobre a sexualidade sejam exibicionistas não conformistas – ou que haja algo de errado se eles forem. Assim como há aqueles que são descontraídos em relação a este assunto, muitas pessoas que se oferecem para participar de pesquisas sobre a sexualidade têm preocupações ou dificuldades, e querem ajudar outros que estão na mesma situação.

Decidir qual método é melhor para estudar o sexo depende da questão a ser pesquisada. Os interessados ​​no funcionamento do corpo e da medição de resposta sexual ficam no laboratório. Já as emoções, sentimentos e construções culturais do sexo exigem uma entrevista ou enquete. Segundo Jane, a união destas metodologias gera um quadro mais completo da complexidade do desejo e do comportamento sexual.
 
Fonte: http://hypescience.com/voce-faria-sexo-pela-ciencia/

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