Os jornais espanhóis, como o Libertad Digital, o El Mundo, o ABC e o Vozpópuli,
estão a boicotar as conferências de imprensa do governo de Espanha,
acusando-o de filtrar as perguntas dos meios de comunicação.
Tudo começou com um editorial no jornal espanhol Libertad Digital,
que se queixava de ter visto vetadas todas as perguntas da publicação
em conferências de imprensa do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, desde
que foi declarado o estado de alarme no país.
De acordo com o Observador, ao movimento, juntou-se o El Mundo, o ABC e o Vozpópuli. Agora, enquanto existirem “conferências-farsas”, garantem, estes meios não marcarão presença.
“O El Mundo não pode continuar a participar numa
anomalia democrática que já adquiriu a categoria de autêntico escândalo
com as sucessivas conferências de imprensa que o governo tem imposto com
a desculpa da pandemia”.
O jornal espanhol vai “deixar de participar nas farsas
que, desde o presidente do governo ao último dos seus técnicos, não
estão a cumprir com a sua obrigação de prestarem contas à opinião
pública”.
Miguel Ángel Oliver, secretário de Estado da Comunicação, é o alvo dos jornais, que o acusam de escolher e filtrar perguntas que chegam antes da conferência através de uma conversação criada com esse propósito.
“Apesar das denúncias das associações de imprensa, o secretário de
Estado das Comunicações, exercendo o papel de comissário político,
continua a controlar as perguntas que são feitas a Pedro Sánchez, filtrando-as a seu gosto,
impedindo que se possa contrapor perguntas e permitindo que o seu
líder, em vez de responder aos meios, aproveite para soltar monólogos”,
acrescenta. “Enquanto não for retificado, saímos desta fraude aos
cidadãos”.
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