Um novo modelo de computador é capaz de prever o risco de
suicídio de um indivíduo através dos registos eletrónicos de saúde. Este
modelo pode prever o comportamento suicida com até dois anos de
antecedência.
É verdade que os computadores não podem substituir as equipas médicas
na identificação de problemas do foro mental, mas podem identificar
pacientes de alto risco que, atualmente, têm passado despercebidos ao
sistema de saúde.
Os investigadores têm apontado cada vez mais os modelos de
Inteligência Artificial e aprendizado de máquina como uma potencial
ajuda na identificação dos indivíduos com maior risco de suicídio. Em
2017, um estudo sugeriu que um modelo poderia ser capaz de identificar a
“assinatura neural” de alguém com tendências suicidas, através dos
resultados de uma ressonância magnética.
Este novo estudo baseou-se em trabalhos anteriores para desenvolver um modelo de computador que prevê o risco de comportamento suicida, através da análise dos registos de saúde de um indivíduo. O artigo científico foi publicado no dia 25 de março no JAMA Network Open.
Os investigadores treinaram este modelo pré-existente com um conjunto
de dados de cinco diferentes centros de saúde, que abrangiam 3,7
milhões de pacientes norte-americanos. Segundo o New Atlas, os registos continham quase 40.000 tentativas de suicídio e o algoritmo foi capaz de prever 38% dessas tentativas, em média, 2,1 anos antes de terem ocorrido.
Ben Reis, do Boston Children’s Hospital, destacou que, embora alguns
preditores de risco de suicídio não tenham sido surpreendentes, como
dependência de drogas ou condições de saúde mental pré-existentes,
outros foram inesperados, incluindo o uso de medicamentos para HIV e rabdomiólise, uma condição muscular.
O próximo passo é refinar o modelo, incorporando dados extra, como
anotações clínicas dos profissionais de saúde. O objetivo final é ajudar
os médicos a identificar os pacientes com tendências suicidas.
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