A popularidade da cultura negra está a originar um fenómeno em que celebridades e influenciadores brancos estão a ser acusados de querem parecer etnicamente ambíguos — e de capitalizar com isso.
Já não é um fenómeno novo, mas tem ganhado mais tracção nos últimos tempos. Primeiro surgiu a blackface — o acto de pintar o rosto e propagar estereótipos racistas sobre negros — que era comum nos espectáculos teatrais conhecidos como minstrel shows nos Estados Unidos, onde as personagens negras eram retratadas como violentas, preguiçosas ou burras. Agora, há uma outra tendência que tem crescido nas redes sociais e entre as celebridades, o blackfishing, que muitos activistas consideram ser a versão moderna da blackface.
Com o crescimento da popularidade de redes sociais como o Instagram, a mudança nos padrões de beleza também se fez sentir. Se antes mulheres brancas, loiras e de olhos azuis eram vistas como o pináculo da beleza, aos poucos a tendência foi mudando para um aspecto mais exótico e ambíguo a nível racial, com o cabelo escuro, a pele bronzeada, os lábios carnudos e o corpo com curvas.
Muitas destas características são comuns nas mulheres negras ou latinas — e muitas mulheres brancas estão a tentar saltar na moda. No geral, é disso que se trata o blackfishing; pessoas brancas que tentam imitar a aparência (e não só) dos negros. O termo é uma amálgama de black, que significa negro, e catfish, uma palavra que se refere a quando alguém finge ser alguém que não é e que ganhou popularidade graças ao documentário e programa televisivo da MTV que acompanha pessoas que usam identidades falsas em perfis de namoro ou nas redes sociais. Black + catfish = Blackfish, ou seja, alguém que não é negro e finge que o é.
Foi em Novembro de 2018 que a jornalista Wanna Thompson, que cunhou o termo, alertou para a tendência no Twitter. “Podemos começar uma thread e publicar todas as raparigas brancas que estão a fingir que são mulheres negras no Instagram? Vamos mostrá-las porque isto é preocupante“, escreveu.
Mas, afinal, qual é o problema? O que torna esta tendência perigosa, segundo muitos activistas, é a apropriação dos traços e da cultura negra, que são apenas vistos como desejáveis quando alguém que não é negro as populariza.
“Os traços negros são vistos como comercializáveis e desejáveis na sociedade apenas quando são representados por pessoas que não são negras. Por exemplo, quando uma pessoa não-negra decide usar tranças afro, isso é visto como moda e exótico, mas quando uma pessoa negra usa esses estilos é vista como despenteada ou pouco profissional”, começa a escritora Petiri Ira na An Injustice.
A autora continua, explicando que quem faz blackfishing tem assim direito a uma enorme plataforma devido à atenção mediática que recebem. “A atenção é boa mesmo se for negativa, continua a dar-lhes atenção e popularidade”, considera.
Petiri Ira chega mesmo a comparar o fenómeno com uma forma de blackface moderna, já que depois da performance, os blackfishers podem voltar à sua posição privilegiada enquanto pessoas brancas.
“Depois podem remover esta estética negra e ser brancos enquanto andam pelo mundo. Enquanto que nós, pessoas negras, somos negras 24/7 e temos de trabalhar duas vezes mais pelas oportunidades dadas a quem faz blackfishing. As mulheres negras não podem simplesmente remover os seus traços e trocá-los para serem aceites pela sociedade. Por isso, é justo as marcas promoverem influenciadoras brancas que tentam parecer negras, biraciais ou ambíguas quando as mulheres negras não têm essas mesmas oportunidades?”, questiona.
A escritora remata que o blackfishing não deve ser normalizado porque é outra forma de pessoas não negras “apropriarem e lucrarem” com uma etnia que não é deles. O blackfishing tem também lembrado o caso de Rachel Dolezal, uma mulher que durante anos fingiu ser negra e chegou a ser uma voz no activismo dos direitos dos negros, até se descobrir em 2015 que era branca.
“O blackfishing é uma forma de amor racista”
Já Wanna Thompson revela à CNN que a tendência mostra um desejo de “possuir” a cultura negra. “Em vez de valorizar a cultura como espectador, há a necessidade de possuí-la, de participar dela sem querer a experiência plena da negritude e da discriminação sistémica que vem com ela”, explicou.
As respostas ao primeiro tweet de Thompson inundaram-se com fotos de influenciadoras como a sueca Emma Halberg, que diz que a mudança na sua aparência se deve a um bronzeado natural, ou Jaiah Fern, que ganhou popularidade pela sua parecença com a rapper Nicki Minaj. Ambas as mulheres são brancas.
Leslie Bow, professora da Universidade do Wisconsin, descreve o blackfishing como uma “máscara racial que opera como uma forma de fetichismo racial” e fala numa dinâmica de poder na sociedade americana que implica que aspectos das culturas marginalizadas tenham de ser validados por quem tem um estatuto mais acima para poderem ser valiosos. “Na realidade, blackfishing reduz o estilo a uma mercadoria. Tem o efeito de reduzir um povo com uma história específica a uma série de objectos. O blackfishing é uma forma de amor racista“, explica à CNN.
Mas este não é só um problema com influenciadoras digitais — já várias celebridades mainstream e de maior dimensão foram acusadas do mesmo.
Já não é um fenómeno novo, mas tem ganhado mais tracção nos últimos tempos. Primeiro surgiu a blackface — o acto de pintar o rosto e propagar estereótipos racistas sobre negros — que era comum nos espectáculos teatrais conhecidos como minstrel shows nos Estados Unidos, onde as personagens negras eram retratadas como violentas, preguiçosas ou burras. Agora, há uma outra tendência que tem crescido nas redes sociais e entre as celebridades, o blackfishing, que muitos activistas consideram ser a versão moderna da blackface.
Com o crescimento da popularidade de redes sociais como o Instagram, a mudança nos padrões de beleza também se fez sentir. Se antes mulheres brancas, loiras e de olhos azuis eram vistas como o pináculo da beleza, aos poucos a tendência foi mudando para um aspecto mais exótico e ambíguo a nível racial, com o cabelo escuro, a pele bronzeada, os lábios carnudos e o corpo com curvas.
Muitas destas características são comuns nas mulheres negras ou latinas — e muitas mulheres brancas estão a tentar saltar na moda. No geral, é disso que se trata o blackfishing; pessoas brancas que tentam imitar a aparência (e não só) dos negros. O termo é uma amálgama de black, que significa negro, e catfish, uma palavra que se refere a quando alguém finge ser alguém que não é e que ganhou popularidade graças ao documentário e programa televisivo da MTV que acompanha pessoas que usam identidades falsas em perfis de namoro ou nas redes sociais. Black + catfish = Blackfish, ou seja, alguém que não é negro e finge que o é.
Foi em Novembro de 2018 que a jornalista Wanna Thompson, que cunhou o termo, alertou para a tendência no Twitter. “Podemos começar uma thread e publicar todas as raparigas brancas que estão a fingir que são mulheres negras no Instagram? Vamos mostrá-las porque isto é preocupante“, escreveu.
Mas, afinal, qual é o problema? O que torna esta tendência perigosa, segundo muitos activistas, é a apropriação dos traços e da cultura negra, que são apenas vistos como desejáveis quando alguém que não é negro as populariza.
“Os traços negros são vistos como comercializáveis e desejáveis na sociedade apenas quando são representados por pessoas que não são negras. Por exemplo, quando uma pessoa não-negra decide usar tranças afro, isso é visto como moda e exótico, mas quando uma pessoa negra usa esses estilos é vista como despenteada ou pouco profissional”, começa a escritora Petiri Ira na An Injustice.
A autora continua, explicando que quem faz blackfishing tem assim direito a uma enorme plataforma devido à atenção mediática que recebem. “A atenção é boa mesmo se for negativa, continua a dar-lhes atenção e popularidade”, considera.
Petiri Ira chega mesmo a comparar o fenómeno com uma forma de blackface moderna, já que depois da performance, os blackfishers podem voltar à sua posição privilegiada enquanto pessoas brancas.
“Depois podem remover esta estética negra e ser brancos enquanto andam pelo mundo. Enquanto que nós, pessoas negras, somos negras 24/7 e temos de trabalhar duas vezes mais pelas oportunidades dadas a quem faz blackfishing. As mulheres negras não podem simplesmente remover os seus traços e trocá-los para serem aceites pela sociedade. Por isso, é justo as marcas promoverem influenciadoras brancas que tentam parecer negras, biraciais ou ambíguas quando as mulheres negras não têm essas mesmas oportunidades?”, questiona.
A escritora remata que o blackfishing não deve ser normalizado porque é outra forma de pessoas não negras “apropriarem e lucrarem” com uma etnia que não é deles. O blackfishing tem também lembrado o caso de Rachel Dolezal, uma mulher que durante anos fingiu ser negra e chegou a ser uma voz no activismo dos direitos dos negros, até se descobrir em 2015 que era branca.
“O blackfishing é uma forma de amor racista”
Já Wanna Thompson revela à CNN que a tendência mostra um desejo de “possuir” a cultura negra. “Em vez de valorizar a cultura como espectador, há a necessidade de possuí-la, de participar dela sem querer a experiência plena da negritude e da discriminação sistémica que vem com ela”, explicou.
As respostas ao primeiro tweet de Thompson inundaram-se com fotos de influenciadoras como a sueca Emma Halberg, que diz que a mudança na sua aparência se deve a um bronzeado natural, ou Jaiah Fern, que ganhou popularidade pela sua parecença com a rapper Nicki Minaj. Ambas as mulheres são brancas.
Leslie Bow, professora da Universidade do Wisconsin, descreve o blackfishing como uma “máscara racial que opera como uma forma de fetichismo racial” e fala numa dinâmica de poder na sociedade americana que implica que aspectos das culturas marginalizadas tenham de ser validados por quem tem um estatuto mais acima para poderem ser valiosos. “Na realidade, blackfishing reduz o estilo a uma mercadoria. Tem o efeito de reduzir um povo com uma história específica a uma série de objectos. O blackfishing é uma forma de amor racista“, explica à CNN.
Mas este não é só um problema com influenciadoras digitais — já várias celebridades mainstream e de maior dimensão foram acusadas do mesmo.
A influência das Kardashian
Talvez o caso mais conhecido é o da família Kardashian, tendo já várias das irmãs sido acusadas de blackfishing e de serem as principais promotoras da tendência. Kim foi o primeiro alvo das críticas, quando em 2017, numa altura onde o termo blackfishing ainda nem tinha sido inventado, protagonizou uma capa de revista inspirada em Jaqueline Kennedy Onassis onde aparecia mais escura do que o costume. Pouco tempo depois, a campanha publicitária para a sua marca de maquilhagem também suscitou críticas semelhantes, com a socialite a ser acusada de estar a fazer blackface.
“Eu obviamente nunca quis ofender ninguém. Recorri a um fotógrafo incrível e tinha uma equipa de pessoas. Estava muito bronzeada quando tiramos as fotos e pode ter acontecido que o contraste estava fraco”, defendeu a empreendedora.
A sua famosa capa da revista Paper com Kim em 2014, onde a socialite aparece a equilibrar um copo de champanhe no rabo também causou controvérsia devido às semelhanças com as imagens de Saartjie Baartman, uma mulher sul-africana que no início do século XIX era transportada por toda a Europa devido às proporções do seu corpo, sendo exibida e obrigada a dançar para as cortes europeias.
“Nesta comparação problemática residem todas as raízes preocupantes com a obsessão com a estética das Kardashian. Baartman foi desfilada semi-nua, com o seu rabo exibido como um objecto intrigante para as audiências europeias que podiam, por um preço, tocar no seu corpo — um símbolo da exploração e degradação que as mulheres negras e os seus corpos sofreram durante séculos. Por contraste, Kim tem explicitamente beneficiado da sua figura muito falada, chegando a uma audiência que não a vê como uma mulher branca comum, mas antes uma exótica e interessante”, escreve a Time.
Para além de Kim, várias outras irmãs Kardashian têm sido alvo de críticas por representarem quase uma paródia das mulheres negras, seja através do recurso a cirurgias plásticas para terem os lábios mais carnudos ou um corpo mais curvilíneo — especialmente o rabo —, o uso de tranças e penteados típicos das comunidades afro-americanas ou as acusações de copiarem criações de estilistas negras.
Khloé Kardashian, por exemplo, foi acusada de roubar ideias da estilista Destiney Bleu para a sua marca de ganga Good American sem a creditar ou pagar, depois de Bleu ter revelado que já tinha estado em contacto com a equipa da socialite desde 2016. O caso acabou por ir a tribunal.
A mais nova do clã, Kylie Jenner, também já teve as suas polémicas com a comunidade negra. Em 2015, a jovem foi criticada por usar tranças no cabelo conhecidas como cornrows, que os negros usam para manter o cabelo limpo e penteado.
Kylie também já foi acusada de copiar a marca indie Plugged NYC na sua linha de roupa com padrão de camouflagem e foi inclusivamente processada devido à ao lançamento de t-shirts, em parceria com a irmã Kendall, que usavam imagens de várias bandas e músicos, incluindo os rappers como Biggie e Tupac, sem terem autorização.
A cantora Ariana Grande também já foi acusada de apropriar a cultura negra com a canção 7 rings, que tem uma sonoridade inspirada pelo trap e pelo hip-hop e uma letra com referências e temas popularizados na música afro-americana. O estilo de roupa mais atlético, o tom de pele escuro e o chamado blaccent — sotaque típico das comunidades negras — e uso de expressões típicas do AAVE (Inglês vernáculo afro-americano) da cantora numa entrevista à Billboard também se empilharam nas críticas.
O uso de um blaccent por parte da rapper australiana Iggy Azalea também tem sido criticado desde o início da sua carreira. Recentemente, o seu tom de pele escuro no vídeo para a música I Am The Strip Club causou um frenesim nas redes sociais.
No seu vídeo dedicado ao tema, a fundadora da plataforma para mulheres negras For Harriet mostra-se “mais preocupada com a questão da apropriação cultural” quando considera “quem está a lucrar com isto, há exploração, há citação, estão a tirar o lugar a alguém” e mostra-se preocupada com a tendência de “separação” dos negros dos produtos culturais das comunidades afro-americanas.
Talvez o caso mais conhecido é o da família Kardashian, tendo já várias das irmãs sido acusadas de blackfishing e de serem as principais promotoras da tendência. Kim foi o primeiro alvo das críticas, quando em 2017, numa altura onde o termo blackfishing ainda nem tinha sido inventado, protagonizou uma capa de revista inspirada em Jaqueline Kennedy Onassis onde aparecia mais escura do que o costume. Pouco tempo depois, a campanha publicitária para a sua marca de maquilhagem também suscitou críticas semelhantes, com a socialite a ser acusada de estar a fazer blackface.
“Eu obviamente nunca quis ofender ninguém. Recorri a um fotógrafo incrível e tinha uma equipa de pessoas. Estava muito bronzeada quando tiramos as fotos e pode ter acontecido que o contraste estava fraco”, defendeu a empreendedora.
A sua famosa capa da revista Paper com Kim em 2014, onde a socialite aparece a equilibrar um copo de champanhe no rabo também causou controvérsia devido às semelhanças com as imagens de Saartjie Baartman, uma mulher sul-africana que no início do século XIX era transportada por toda a Europa devido às proporções do seu corpo, sendo exibida e obrigada a dançar para as cortes europeias.
“Nesta comparação problemática residem todas as raízes preocupantes com a obsessão com a estética das Kardashian. Baartman foi desfilada semi-nua, com o seu rabo exibido como um objecto intrigante para as audiências europeias que podiam, por um preço, tocar no seu corpo — um símbolo da exploração e degradação que as mulheres negras e os seus corpos sofreram durante séculos. Por contraste, Kim tem explicitamente beneficiado da sua figura muito falada, chegando a uma audiência que não a vê como uma mulher branca comum, mas antes uma exótica e interessante”, escreve a Time.
Para além de Kim, várias outras irmãs Kardashian têm sido alvo de críticas por representarem quase uma paródia das mulheres negras, seja através do recurso a cirurgias plásticas para terem os lábios mais carnudos ou um corpo mais curvilíneo — especialmente o rabo —, o uso de tranças e penteados típicos das comunidades afro-americanas ou as acusações de copiarem criações de estilistas negras.
Khloé Kardashian, por exemplo, foi acusada de roubar ideias da estilista Destiney Bleu para a sua marca de ganga Good American sem a creditar ou pagar, depois de Bleu ter revelado que já tinha estado em contacto com a equipa da socialite desde 2016. O caso acabou por ir a tribunal.
A mais nova do clã, Kylie Jenner, também já teve as suas polémicas com a comunidade negra. Em 2015, a jovem foi criticada por usar tranças no cabelo conhecidas como cornrows, que os negros usam para manter o cabelo limpo e penteado.
Kylie também já foi acusada de copiar a marca indie Plugged NYC na sua linha de roupa com padrão de camouflagem e foi inclusivamente processada devido à ao lançamento de t-shirts, em parceria com a irmã Kendall, que usavam imagens de várias bandas e músicos, incluindo os rappers como Biggie e Tupac, sem terem autorização.
A cantora Ariana Grande também já foi acusada de apropriar a cultura negra com a canção 7 rings, que tem uma sonoridade inspirada pelo trap e pelo hip-hop e uma letra com referências e temas popularizados na música afro-americana. O estilo de roupa mais atlético, o tom de pele escuro e o chamado blaccent — sotaque típico das comunidades negras — e uso de expressões típicas do AAVE (Inglês vernáculo afro-americano) da cantora numa entrevista à Billboard também se empilharam nas críticas.
O uso de um blaccent por parte da rapper australiana Iggy Azalea também tem sido criticado desde o início da sua carreira. Recentemente, o seu tom de pele escuro no vídeo para a música I Am The Strip Club causou um frenesim nas redes sociais.
No seu vídeo dedicado ao tema, a fundadora da plataforma para mulheres negras For Harriet mostra-se “mais preocupada com a questão da apropriação cultural” quando considera “quem está a lucrar com isto, há exploração, há citação, estão a tirar o lugar a alguém” e mostra-se preocupada com a tendência de “separação” dos negros dos produtos culturais das comunidades afro-americanas.
O cantor Bruno Mars também se defendeu de acusações de que se aproveita da sua ambiguidade racial enquanto descendente de um pai meio judeu e meio porto-riquenho e uma mãe filipina para apropriar a cultura negra na sua música. “Não podem encontrar uma entrevista onde eu não fale dos entertainers que viveram antes de mim. A única razão pela qual estou aqui é por causa do James Brown, do Prince, do Michael Jackson”, respondeu o artista.
Nas últimas semanas, a cantora Jesy Nelson também tem trazido o tema do blackfishing de volta às notícias. Já enquanto membro da girl band Little Mix, a cantora já tinha suscitado críticas devido ao seu bronze escuro, mas a polémica explodiu depois do lançamento da sua primeira canção a solo com a rapper Nicki Minaj.
No vídeo para Boyz, Jesy Nelson aparece com um tom de pele escuro e cabelo encaracolado e inspira-se na cultura afro-americana do hip-hop, chegando a usar grills. As referências a “bad boys” também suscitaram críticas por perpetuarem o estereótipo de que os homens negros são perigosos.
“A minha intenção nunca foi ofender as pessoas de cor. Esta foi a música com que cresci e sempre achei que os vídeos eram os melhores. Para mim, o hip hop e o R&B dos anos 90 e 2000 são os melhores géneros musicais. Eu só queria celebrar a música que eu adoro. Eu adoro a cultura negra, adoro a música negra. Mas tenho a noção de que sou uma mulher branca britânica, nunca disse o contrário”, afirmou a cantora, em resposta às críticas.
A controvérsia também causou uma divisão entre Nelson e as suas ex-colegas de banda. Leigh-Anne Pinnock, membro das Little Mix que até já fez um documentário sobre a sua experiência enquanto mulher negra na indústria da música, já afirmou que o blackfishing é “prejudicial” para a comunidade. “Não queremos falar sobre o vídeo ou deixar críticas, mas uma coisa que vamos clarificar sobre a situação é que a Jesy foi abordada pelo grupo de uma forma muito amigável e educacional”, respondeu o grupo sobre a polémica, citado pela Sky News.
https://zap.aeiou.pt/blackface-moderna-blackfishing-442051
Nas últimas semanas, a cantora Jesy Nelson também tem trazido o tema do blackfishing de volta às notícias. Já enquanto membro da girl band Little Mix, a cantora já tinha suscitado críticas devido ao seu bronze escuro, mas a polémica explodiu depois do lançamento da sua primeira canção a solo com a rapper Nicki Minaj.
No vídeo para Boyz, Jesy Nelson aparece com um tom de pele escuro e cabelo encaracolado e inspira-se na cultura afro-americana do hip-hop, chegando a usar grills. As referências a “bad boys” também suscitaram críticas por perpetuarem o estereótipo de que os homens negros são perigosos.
“A minha intenção nunca foi ofender as pessoas de cor. Esta foi a música com que cresci e sempre achei que os vídeos eram os melhores. Para mim, o hip hop e o R&B dos anos 90 e 2000 são os melhores géneros musicais. Eu só queria celebrar a música que eu adoro. Eu adoro a cultura negra, adoro a música negra. Mas tenho a noção de que sou uma mulher branca britânica, nunca disse o contrário”, afirmou a cantora, em resposta às críticas.
A controvérsia também causou uma divisão entre Nelson e as suas ex-colegas de banda. Leigh-Anne Pinnock, membro das Little Mix que até já fez um documentário sobre a sua experiência enquanto mulher negra na indústria da música, já afirmou que o blackfishing é “prejudicial” para a comunidade. “Não queremos falar sobre o vídeo ou deixar críticas, mas uma coisa que vamos clarificar sobre a situação é que a Jesy foi abordada pelo grupo de uma forma muito amigável e educacional”, respondeu o grupo sobre a polémica, citado pela Sky News.
https://zap.aeiou.pt/blackface-moderna-blackfishing-442051
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