O epidemiologista norte-americano Dorry Segev participou, esta terça-feira, na Web Summit, e afirmou que se todos fossem vacinados e usassem máscara durante um mês, a pandemia acabava.
O SARS‐CoV‐2 desapareceria se todas as pessoas do mundo elegíveis para a vacinação contra a covid-19 fossem inoculadas e se, da mesma forma, usassem máscara durante um mês.
Esta foi a previsão traçada por Dorry Segev, epidemiologista da Escola de Medicina John Hopkins, durante a sua intervenção desta terça-feira, no palco Q&A da Web Summit.
Segundo o Observador, o especialista só encontra um culpado para a pandemia não acabar: os “condutores bêbedos de 2021”.
“Se uma pessoa conduzir bêbeda dentro da própria propriedade, não quero saber. Mas se o fizer fora dela, já me diz respeito porque é ilegal e põe toda a gente em perigo. É o mesmo com quem não se quer vacinar”, explicou.
Na intervenção, o epidemiologista disse ainda considerar que a “politização da saúde pública” foi “um erro”.
“Essa foi a coisa que fizemos mal. Gerámos um movimento forte e zangado”, lamentou. “Precisamos de mais compaixão”, propõe, contando que já convenceu muitas pessoas a vacinarem-se depois de as ouvir e de conversar com elas calmamente.
“Estar na linha da frente é desolador, frustrante e revoltante”, descreve. “Como é que isto aconteceu? De onde vem esta rejeição?”, questiona, referindo-se aos movimentos antivacinas e lembrando que estes “têm impacto na saúde pública”.
Neste contexto, defende, é preciso vincar “o contrato social”, não hesitar em impor regras no espaço público e não deixar de apurar responsabilidades, quer de governos, quer dos media, incluindo de redes sociais como o Facebook. Aliás, isso já está a acontecer, “doutra forma Donald Trump teria sido reeleito Presidente dos Estados Unidos”, acredita.
Mas, ao mesmo tempo, frisa, é possível “dar às pessoas outras hipóteses” em certas circunstâncias.
“Se tivéssemos dado hipóteses às pessoas, talvez não tivesse havido este grau de rejeição”, estima, explicitando que “máscaras e testes regulares são eficazes se as pessoas não se quiserem vacinar”.
Além disso, acrescenta, em certas circunstâncias, “é razoável, do ponto de vista científico, haver outras opções para além da vacina”, desde que se assegure a logística e avalie os riscos.
O epidemiologista considera que impor regras de vacinação funciona, mas não deve excluir a adoção de “outras opções eficazes, quando estas opções façam sentido”
“Infelizmente, acho que a covid-19 não vai desaparecer, mas é só ‘um feeling’”, confessou, afastando o caráter científico da sua impressão.
“Vai tornar-se endémico, vai haver contínuas variantes, vamos precisar de reforçar a nossa imunidade continuadamente”, antecipa, sublinhando que, para além disso, “as variantes não querem saber de fronteiras” e as respostas à pandemia ainda têm muitas diferenças geográficas.
“Agora precisamos de pensar além-fronteiras, doutra forma teremos mais variantes e mais mortíferas”, acredita, defendendo “soluções de longo prazo”, que possam vir a adaptar-se aos fluxos da pandemia.
Com mais de mil oradores, 700 investidores, 1.250 startups e 1.500 jornalistas, a Web Summit decorre até quinta-feira, em modo presencial, depois de a última edição ter sido online.
https://zap.aeiou.pt/dorry-segev-vacinada-mascara-um-mes-442105
O SARS‐CoV‐2 desapareceria se todas as pessoas do mundo elegíveis para a vacinação contra a covid-19 fossem inoculadas e se, da mesma forma, usassem máscara durante um mês.
Esta foi a previsão traçada por Dorry Segev, epidemiologista da Escola de Medicina John Hopkins, durante a sua intervenção desta terça-feira, no palco Q&A da Web Summit.
Segundo o Observador, o especialista só encontra um culpado para a pandemia não acabar: os “condutores bêbedos de 2021”.
“Se uma pessoa conduzir bêbeda dentro da própria propriedade, não quero saber. Mas se o fizer fora dela, já me diz respeito porque é ilegal e põe toda a gente em perigo. É o mesmo com quem não se quer vacinar”, explicou.
Na intervenção, o epidemiologista disse ainda considerar que a “politização da saúde pública” foi “um erro”.
“Essa foi a coisa que fizemos mal. Gerámos um movimento forte e zangado”, lamentou. “Precisamos de mais compaixão”, propõe, contando que já convenceu muitas pessoas a vacinarem-se depois de as ouvir e de conversar com elas calmamente.
“Estar na linha da frente é desolador, frustrante e revoltante”, descreve. “Como é que isto aconteceu? De onde vem esta rejeição?”, questiona, referindo-se aos movimentos antivacinas e lembrando que estes “têm impacto na saúde pública”.
Neste contexto, defende, é preciso vincar “o contrato social”, não hesitar em impor regras no espaço público e não deixar de apurar responsabilidades, quer de governos, quer dos media, incluindo de redes sociais como o Facebook. Aliás, isso já está a acontecer, “doutra forma Donald Trump teria sido reeleito Presidente dos Estados Unidos”, acredita.
Mas, ao mesmo tempo, frisa, é possível “dar às pessoas outras hipóteses” em certas circunstâncias.
“Se tivéssemos dado hipóteses às pessoas, talvez não tivesse havido este grau de rejeição”, estima, explicitando que “máscaras e testes regulares são eficazes se as pessoas não se quiserem vacinar”.
Além disso, acrescenta, em certas circunstâncias, “é razoável, do ponto de vista científico, haver outras opções para além da vacina”, desde que se assegure a logística e avalie os riscos.
O epidemiologista considera que impor regras de vacinação funciona, mas não deve excluir a adoção de “outras opções eficazes, quando estas opções façam sentido”
“Infelizmente, acho que a covid-19 não vai desaparecer, mas é só ‘um feeling’”, confessou, afastando o caráter científico da sua impressão.
“Vai tornar-se endémico, vai haver contínuas variantes, vamos precisar de reforçar a nossa imunidade continuadamente”, antecipa, sublinhando que, para além disso, “as variantes não querem saber de fronteiras” e as respostas à pandemia ainda têm muitas diferenças geográficas.
“Agora precisamos de pensar além-fronteiras, doutra forma teremos mais variantes e mais mortíferas”, acredita, defendendo “soluções de longo prazo”, que possam vir a adaptar-se aos fluxos da pandemia.
Com mais de mil oradores, 700 investidores, 1.250 startups e 1.500 jornalistas, a Web Summit decorre até quinta-feira, em modo presencial, depois de a última edição ter sido online.
https://zap.aeiou.pt/dorry-segev-vacinada-mascara-um-mes-442105
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