A Agência Internacional de Energia
considerou hoje que os preços do petróleo podem continuar a subir devido
às turbulências geopolíticas no Médio Oriente e no norte de África e
eventuais cortes da produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos.
No
relatório mensal sobre o mercado do petróleo, a Agência Internacional
de Energia (AIE) também defende que, tendo em conta o "papel central"
que o petróleo de xisto dos Estados Unidos tem na expansão da produção,
uma desaceleração daquelas extrações pode ter "um amplo impacto" nos
equilíbrios do mercado.
A agência manteve praticamente
inalteradas, - apenas reviu em alta, com um aumento de 50.000 barris
diários em relação ao mês passado - as estimativas para a procura global
de petróleo para este ano, que preveem um aumento de 1,1 milhões de
barris por dia face a 2014, para um total de 93,6 milhões de barris.
Segundo
a AIE, o principal motivo da aceleração do consumo de petróleo este ano
(o aumento em 2014 tinha sido de 700.000 barris por dia) vai ser a
recuperação económica nos países da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE), que deverão absorver 175.000 barris
por dia suplementares, depois do retrocesso de 460.000 de barris por dia
no ano passado.
Esta recuperação, segundo a AIE, explica o
aumento do consumo do petróleo de 1,425 milhões de barris por dia no
primeiro trimestre deste ano, superior ao registado no mesmo período de
2014.
Em relação à oferta, e apesar dos sinais de debilidade das
jazidas de xisto norte-americanas, a AIE refere que em termos globais a
produção foi em abril de 95,7 milhões de barris por dia, mais 3,2
milhões de barris do que no mesmo mês de 2014.
A produção dos
membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
continua a aumentar, tendo sido de 31,2 milhões de barris por dia em
abril, superior à quota teórica de 30 milhões de barris por dia,
enquanto da parte dos países não OPEP, o enfraquecimento da produção de
petróleo de xisto nos Estados Unidos foi compensado por outras fontes,
refere a AIE.
Após ter reduzido dois meses consecutivos a sua
estimativa da produção dos países não pertencentes à OPEP em 2015, a AIE
reviu hoje em alta, prevendo que a partir de agora esta aumente em
830.000 barris por dia durante este ano para um total de 57,8 milhões de
barris por dia.
Depois de terem caído 60% entre julho de 2014 e
o início de 2015, os preços do petróleo registaram importantes subidas
nas últimas semanas, tendo superado a barreira de 60 dólares,
encorajados pela redução das extrações de petróleo de xisto e dos
‘stocks’ nos Estados Unidos.
A AIE foi fundada em 1974 por iniciativa da OCDE para assegurar a segurança do aprovisionamento em energia aos Estados membros.
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