quarta-feira, 27 de maio de 2015

Nobel da Economia defende "trabalho até aos 70 anos"

Christopher Pissarides diz que a idade de reforma devia aumentar em ligação com a esperança média de vida.
Nobel da Economia defende  
Christopher Pissarides diz que "a população está mais envelhecida, mas também cada vez mais saudável". E conclui que, por isso, "deviam aumentar a idade da reforma". Em, entrevista ao jornal online Observador, o Nobel da Economia em 2010 acrescenta que "não há razão para não continuar a trabalhar até aos 70 anos".
Para Pissarides, "se alguém se reformar mais cedo deve ser mais penalizado". "Se ficarem têm um incentivo para receber uma pensão maior e não há razão para não continuar a trabalhar até aos 70 anos. As pessoas com 70 anos são saudáveis, muitas pessoas importantes que estão aqui hoje têm 70 e estão a trabalhar", indicou o especialista que marcou presença no encontro anual do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra.
O economista lembra que a esperança média de vida tem vindo a aumentar. "A OCDE calcula que o tempo de vida saudável se estenda por sete ou a oito anos depois dos 65. Por isso, se continuarmos com as actuais idades de reforma temos algo perto de 10 anos de vida saudável e muito capaz que não estamos a usar no mercado laboral", refere. Pissarides defende assim uma indexação da idade da reforma à esperança média de vida.
O Nobel de Economia também diz que "não há forma de escapar" a mercados de trabalho "mais flexíveis". "É preciso um contrato laboral único para os trabalhadores em toda a Europa, mais competitividade, mais produtividade, em especial nos países periféricos", defende. 
Apontando o exemplo americano no que toca a medidas económicas, Pissarides também sublinha que é possível chegar a "um sistema flexível", com "um sistema de apoio social verdadeiramente europeu". "A única questão que é fundamental é que o apoio social tem de ser pago pelas receitas dos impostos, não através de dívida", acrescenta.
Questionado sobre a forma como se pagaria esse sistema, Christopher Pissarides diz: "a decisão que temos de fazer enquanto europeus é quanto estamos dispostos a pagar de impostos, e quanto apoio estamos preparado para dar. Se dissermos que não gostamos de impostos elevados e não vamos para um sistema de mercado livre, mas tentarmos fazer com que as empresas dêem protecção social aos seus empregados, teremos o pior resultado possível, porque irá resultar em menos produtividade, menos rendimentos e o rendimento que levaremos para casa será mais baixo do que se estivéssemos num ambiente de mercado e a pagar impostos mais altos".

Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/nobel-da-economia-defende-trabalho-ate-aos-70-anos_219380.html

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