Os reclusos que cumprem prisão perpétua na Dinamarca serão proibidos de iniciar novos relacionamentos amorosos, decisão proposta pelo governo após uma jovem de 17 anos se apaixonar por Peter Madsen, que assassinou a jornalista Kim Wall, quando este já cumpria a sentença.
Durante os primeiros 10 anos de prisão, os contactos desses reclusos – por carta, telefone ou ‘online’ -, serão limitados a pessoas que já conheciam antes de serem condenados, segundo a legislação apresentada pelo governo, avançou esta sexta-feira o Guardian.
“Vimos exemplos desagradáveis nos últimos anos de reclusos que cometeram crimes hediondos, contactando jovens para ganhar a sua simpatia e atenção”, disse o ministro da Justiça, Nick Hækkerup. “Isso deve ser interrompido”, sublinhou.
O projeto de lei, apoiado pela oposição e que deverá entrar em vigor em janeiro, impedirá que esses reclusos publiquem livremente sobre os seus crimes nas redes sociais ou falem sobre em ‘podcasts’. Atualmente, podem escrever, ligar e receber visitas de pessoas que não conheciam antes de serem presos e partilhar detalhes dos seus crimes ‘online’.
Madsen, que assassinou e desmembrou Wall em 2017, conseguiu estabelecer relações com pelo menos duas mulheres enquanto estava na prisão. Condenado por homicídio premeditado, agressão sexual agravada e profanação de cadáver, apenas confessou o assassinato num documentário, exibido no ano passado.
Em 2020, se casou com Jenny Curpen, de 39 anos, uma artista russa que vive na Finlândia, após correspondência e visitas, iniciadas depois de ter sido condenado, em abril de 2018. Mantinha também um relacionamento por telefone e por escrito com Cammilla Kürstein, que o contactou pela primeira vez quando tinha 17 anos, em 2017.
Wall foi vista viva pela última vez a 10 de agosto de 2017. O tronco desmembrado foi encontrado a flutuar na costa de Copenhaga, 10 dias após o seu desaparecimento. A cabeça, pernas e roupas foram encontradas em outubro.
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