No Japão, os votos dos eleitores rurais valem mais do que os votos dos eleitores das cidades. Será este um sistema adequado ou injusto? As opiniões dividem-se.
O Partido Liberal Democrata (PLD) é o maior partido do Japão e tem-se mantido regularmente no poder desde a sua fundação, em 1955. Este fenómeno é, em grande parte, explicado pelo facto de que, no Japão, os votos de eleitores provenientes de zonas rurais contam mais do que os dos habitantes de zonas urbanas.
Isto faz com que pequenas aldeias como Chizu — que tem apenas 6.660 habitantes — tenham um número desproporcionalmente grande de lugares no Parlamento e maior probabilidade de ver as suas preocupações atendidas pelos políticos nacionais.
Nas próximas eleições legislativas, espera-se que o PLD consiga obter a maioria, muito graças ao apoio das áreas rurais que recebem uma grande fatia do dinheiro dos contribuintes, escreve o The New York Times. Em Chizu, por exemplo, a ligação entre representação política e acesso aos cofres públicos é inconfundível.
Nem todos concordam com este sistema, considerando-o injusto e contrário aos princípios da democracia. Os críticos dizem que estas disparidades vão contra o princípio democrático de “uma pessoa, um voto”.
“As políticas do Japão são focadas nas áreas rurais”, disse Junichiro Wada, economista político da Universidade de Yokohama. Por sua vez, Yusaku Horiuchi, professor de estudos japoneses na Dartmouth College, diz que os eleitores rurais tendem a eleger políticos — geralmente do PLD — que mantêm o status quo.
Por outro lado, há quem argumente que se o sistema não fosse assim, as áreas rurais japonesas estaria ainda mais deterioradas.
Yuko Kasuya, professora de política na Universidade Keio, em Tóquio, é uma dessas pessoas. “Um contra-argumento seria que, OK, você pode ter uma distribuição muito eficiente e igualitária de subsídios, mas isso significaria que as áreas rurais não teriam estradas, não teriam shoppings e não teriam instalações básicas”.
Em Chizu, as pessoas dão muito valor aos seus direitos de voto. “A população rural tem os seus próprios problemas que a população urbana não entende. Mesmo que a população seja pequena, as nossas vozes devem ser ouvidas”, disse um habitante da aldeia ao NY Times.
“O Japão não deve ser um lugar onde a população continua a diminuir e as pessoas apenas se mudam para Tóquio. Precisamos de maximizar os poderes da agricultura, pesca, silvicultura, turismo, indústrias de serviços e pequenas e médias empresas nesta área”, acrescentou.
https://zap.aeiou.pt/japao-votos-sistema-injusto-acertado-441430
O Partido Liberal Democrata (PLD) é o maior partido do Japão e tem-se mantido regularmente no poder desde a sua fundação, em 1955. Este fenómeno é, em grande parte, explicado pelo facto de que, no Japão, os votos de eleitores provenientes de zonas rurais contam mais do que os dos habitantes de zonas urbanas.
Isto faz com que pequenas aldeias como Chizu — que tem apenas 6.660 habitantes — tenham um número desproporcionalmente grande de lugares no Parlamento e maior probabilidade de ver as suas preocupações atendidas pelos políticos nacionais.
Nas próximas eleições legislativas, espera-se que o PLD consiga obter a maioria, muito graças ao apoio das áreas rurais que recebem uma grande fatia do dinheiro dos contribuintes, escreve o The New York Times. Em Chizu, por exemplo, a ligação entre representação política e acesso aos cofres públicos é inconfundível.
Nem todos concordam com este sistema, considerando-o injusto e contrário aos princípios da democracia. Os críticos dizem que estas disparidades vão contra o princípio democrático de “uma pessoa, um voto”.
“As políticas do Japão são focadas nas áreas rurais”, disse Junichiro Wada, economista político da Universidade de Yokohama. Por sua vez, Yusaku Horiuchi, professor de estudos japoneses na Dartmouth College, diz que os eleitores rurais tendem a eleger políticos — geralmente do PLD — que mantêm o status quo.
Por outro lado, há quem argumente que se o sistema não fosse assim, as áreas rurais japonesas estaria ainda mais deterioradas.
Yuko Kasuya, professora de política na Universidade Keio, em Tóquio, é uma dessas pessoas. “Um contra-argumento seria que, OK, você pode ter uma distribuição muito eficiente e igualitária de subsídios, mas isso significaria que as áreas rurais não teriam estradas, não teriam shoppings e não teriam instalações básicas”.
Em Chizu, as pessoas dão muito valor aos seus direitos de voto. “A população rural tem os seus próprios problemas que a população urbana não entende. Mesmo que a população seja pequena, as nossas vozes devem ser ouvidas”, disse um habitante da aldeia ao NY Times.
“O Japão não deve ser um lugar onde a população continua a diminuir e as pessoas apenas se mudam para Tóquio. Precisamos de maximizar os poderes da agricultura, pesca, silvicultura, turismo, indústrias de serviços e pequenas e médias empresas nesta área”, acrescentou.
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