Apesar da pandemia do novo coronavírus, os dois países vão cumprir com as suas respetivas partes do acordo comercial.
Autoridades da China e Estados Unidos reafirmaram a sua adesão ao acordo comercial
entre os dois países, dissipando os temores de que a agressiva retórica
em torno da pandemia do novo coronavírus pudesse minar as negociações.
“Ambos os lados concordaram que estão a ser alcançados bons
progressos na criação de infraestruturas governamentais necessárias para
tornar o acordo um sucesso“, disseram, num comunicado conjunto, Robert
Lighthizer, representante do Comércio dos EUA, e Steven Mnuchin,
secretário do Tesouro.
Os dois dirigentes realizaram na noite de quinta-feira uma
videoconferência com Liu He, vice-primeiro-ministro chinês, para abordar
a implementação do acordo “Fase Um”.
China e EUA “concordaram que, apesar da pandemia do novo coronavírus,
os dois países vão cumprir com as suas respetivas partes do acordo
dentro do período determinado”, lê-se na mesma nota.
O ministério chinês do Comércio lembrou que os dois lados concordaram em fortalecer a cooperação em questões macroeconómicas e de saúde pública.
Em comunicado, o ministério acrescentou que as duas maiores economias
do mundo devem “esforçar-se para criar uma atmosfera e condições
favoráveis para implementação da primeira fase do acordo económico e
comercial entre China e EUA”.
As declarações surgem depois de o Presidente norte-americano, Donald
Trump, ter criticado publicamente a forma como Pequim geriu a pandemia,
que teve origem em Wuhan, no centro da China.
Trump ameaçou ainda “anular” o acordo comercial,
face ao ceticismo quanto à disposição da China de honrar a sua promessa
de comprar milhares de milhões de dólares em produtos dos EUA, como
forma de equilibrar a balança comercial.
“Agora eles [a China] têm de comprar”, disse Trump, em entrevista à cadeia televisiva Fox News. “Se não comprarem, o acordo perde validade, é muito simples”, ameaçou.
O acordo “Fase Um” determina o início de reformas nas práticas
chinesas de transferência de tecnologia e um aumento das importações de
produtos agrícolas norte-americanos pela China.
Em troca, os Estados Unidos suspenderam as taxas alfandegárias
que deviam ter entrado em vigor, em dezembro passado, e reduziram para
metade a taxa de 15%, imposta sobre 110 mil milhões de dólares em bens
importados da China.
Trump manteve, no entanto, taxas adicionais de 25% sobre 250 mil
milhões de dólares de bens importados da China, dependendo das
negociações futuras para um acordo que ponha fim à prolongada guerra
comercial entre os dois países.
A Casa Branca e vários membros do Congresso dos EUA, no entanto, estão a estudar medidas punitivas,
nomeadamente restrições no investimento chinês nos EUA e um plano de
combate à dependência das cadeias de fornecimento chinesas, que pode
envolver atribuição de subsídios e benefícios fiscais para empresas que
deslocalizem a produção de novo para os EUA ou outros países.
No entanto, a vontade de punir Pequim foi atenuada pela preocupação
com o impacto de uma recessão na economia mundial, devido à pandemia de
Covid-19.
https://zap.aeiou.pt/china-eua-reafirmam-acordo-comercial-apesar-tensoes-suscitadas-pela-pandemia-323306
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