Sucedem-se as manifestações de líderes
internacionais contra o anúncio de Donald Trump de querer vedar a
entrada de muçulmanos nos Estados Unidos. Mas a contestação também se
faz dentro de portas, apesar de algumas vozes republicanas serem
cautelosas. O seu rival, Jeb Bush, considerou Trump uma pessoa
"desequilibrada".
As polémicas declarações
proferidas, segunda-feira, pelo pré-candidato republicano à Casa Branca
Donald Trump estão a criar uma brecha dentro do partido conservador.
Através do Twitter, Jeb Bush referiu que "Donald Trump está
desequilibrado. As suas propostas não são sérias".
O ataque de Trump aos muçulmanos,
recorde-se, surge depois da comunicada intenção de expulsar os
imigrantes do país, caso seja eleito, e de criar um muro na fronteira
com o México.
Também o presidente dos republicanos na Câmara dos
Representantes, Paul Ryan, fez questão em sublinhar que a "liberdade
religiosa é um princípio constitucional fundamental. É um princípio
fundamental do país". De uma forma mais concreta, relativamente às
últimas declarações de Donald Trump, sublinha que "não é o que o partido
representa e, o mais importante, não é o que este país representa".
Marco
Rubio, outro dos candidatos no interior do partido republicano, esperou
três horas antes de dizer (no Twitter) que discordava Trump. "O seu
hábito de fazer declarações ofensivas e extravagantes não unirá os
norte-americanos", disse.
Por seu lado, Ben Carson e Ted Cruz
preferiram clarificar os pontos-chave da sua campanha em vez de criticar
Trump. Ted Cruz foi pouco expansivo: "Esta não é a minha política".
A
candidata à presidência dos Estados Unidos foi uma das primeiras a
reagir à proposta de Donald Trump. Hillary Clinton considerou-a
"repreensível, preconceituosa e desagregadora".
Na Europa, e
igualmente recorrendo ao Twitter, Manuel Valls, primeiro-ministro
francês, acusa Trump de estar a "avivar o ódio e a confusão: o nosso
único inimigo é o islamismo radical".
David Cameron, primeiro-ministro
britânico, junta-se às vozes de indignação. Chamou "inúteis" às
declarações que "só podem ser fruto de um equívoco". O presidente da
Câmara de Londres, Boris Johnson, considerou que os "mal formados
comentários são de um completo e absoluto non-sense". Ironizou ainda: "A
única razão porque não vou a algumas zonas de Nova Iorque é por correr o
risco real de poder encontrar Donald Trump".
Apesar das críticas a
Donald Trump surgirem de várias direções - o realizador Quentin
Tarantino classificou as declarações "completamente ridículas" - houve
quem aplaudisse Donald Trump, na última segunda-feira, quando se
mostrou, na Carolina do Sul, disposto a bloquear "completa e
radicalmente" a entrada de muçulmanos, sejam imigrantes ou turistas.
Este último ponto foi inclusive reforçado "a posteriori" pelo seu
diretor de campanha, através do Twitter. E as sondagens, o pulso da
vontade popular, continuam a dar-lhe vantagem entre os pares
republicanos.
Vivem nos Estados Unidos 2,75 milhões de muçulmanos,
que representam, portanto, menos de 1% da população. O último ataque
terrorista em solo norte-americano aconteceu há exatamente uma semana em
São Bernardino, Califórnia. O tiroteio desferido por um casal
presumivelmente associado ao Estado Islâmico vitimou 14 pessoas.
Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4921405
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