A Arábia Saudita realiza no sábado as
primeiras eleições municipais com a participação de mulheres como
candidatas e eleitoras, perante a renitência da conservadora sociedade
saudita.
A Comissão
eleitoral, numa estrita aplicação da lei islâmica ("sharia"), impôs a
segregação total dos sexos durante a campanha eleitoral e proibiu a
utilização de fotografias pelos candidatos no decurso da campanha ou que
pronunciem discursos perante pessoas do outro sexo.
A
medida afeta sobretudo as mulheres, apenas 130.637 registadas nos
cadernos eleitorais, num universo de 1.486.477, mas que pela primeira
vez na história do reino têm direito a voto.
Um decreto real de
2011, ratificado pelo falecido rei saudita Abdullah bin Abdul Aziz,
permitiu às mulheres participar nas eleições municipais como candidatas e
votantes a partir deste escrutínio.
Um estudo publicado
recentemente pelo Centro de estudos Esbar revelou que 72,5% dos sauditas
não apoia as candidaturas femininas nas eleições, contra 11,3% de
opiniões favoráveis e 8,7% que dizem aceitar com reservas.
Entre
os que rejeitam a medida, 69,5% justifica-se com "as infrações à
legislação islâmica que resultam dessa decisão", enquanto 63,8% adverte
que desrespeita as tradições e costumes do país.
A comissão
eleitoral anunciou que os centros de votação abrem no sábado pelas 8
horas locais (5 em Portugal continental) e encerram nove horas depois,
com as mulheres e homens a votarem em separado.
Os resultados do escrutínio serão anunciados no domingo.
Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4925971&page=2
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