A Amnistia Internacional quer que os governos sejam
responsabilizados pela morte dos profissionais de saúde durante o
período da pandemia, revelou um relatório da organização não
governamental divulgado esta segunda-feira.
No relatório tornado público esta segunda-feira, a Amnistia
Internacional refere que morreram mais de três mil profissionais de
saúde em todo o mundo, um número que a organização não governamental
considera não ser o real.
Os Estados Unidos são o país onde há mais casos (507), seguem-se a
Rússia (545), Reino Unido (540), Brasil (351), México (248), Itália
(188), Egito (111), Irão (91), Equador (82) e Espanha (63). No total, há
registo de óbitos em 79 países.
Sanhita Ambast, investigadora da Amnistia Internacional para a área
dos direitos económicos, sociais e culturais, refere, em comunicado, que
“com a pandemia de covid-19 ainda em aceleração por todo o mundo,
exigimos que os governos comecem a levar a sério as vidas dos
trabalhadores essenciais e do sector da saúde”.
“Os Estados já viram o pior da pandemia e não devem repetir os erros dos governos que falharam na proteção dos direitos destes trabalhadores”, acrescenta, citada pelo Expresso.
A investigadora realça que as condições de trabalho a que alguns
trabalhadores estão sujeitos são “perturbadoras”. “As pessoas da saúde
que estão na linha da frente são as primeiras a perceber que a política
governamental não está a funcionar e as autoridades que as silenciam não podem alegar que fazê-lo é uma questão de saúde pública.”
Em relação à falta de equipamentos de proteção
individual, Ambast adianta que 63 países em todo o mundo sofrem com este
problema. Há também registo de detenções arbitrárias e violações à
liberdade, seja porque os trabalhadores terem admitido a possibilidade
de fazerem greve em resposta à falta de equipamento, quer seja por serem
acusados de divulgar “notícias falsas” sobre a doença.
Por último, a investigadora realça que muitos profissionais de saúde
foram remunerados de forma injusta e insuficiente, sendo que muitos
deles não receberam quaisquer benefícios.
A Amnistia Internacional recomenda, assim, que sejam assumidas as responsabilidades e que os países façam uma avaliação para perceber se os direitos destes trabalhadores foram ou não cumpridos.
“Os Estados devem assegurar as compensações adequadas a todos os
trabalhadores essenciais e da área da saúde que foram infetados pelo
novo coronavírus no cumprimentos das suas funções. Devem também
investigar os casos em que os trabalhadores sofreram represálias por
levantarem questões sobre as condições de segurança e saúde, devem
também encontrar soluções efetivas para aqueles que foram injustamente
tratados – incluindo reempregar aqueles que foram despedidos por falar
contra as empresas”, lê-se.
https://zap.aeiou.pt/amnistia-internacional-governos-334850
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