O conflito entre o Azerbaijão e a Armênia se tornou cada vez mais sério. Ambos os países reivindicam o território de Nagorno-Karabakh e, entre o final dos anos 80 e o início dos anos 90, houve uma guerra entre eles para decidir o controle da região. Dezenas de milhares de pessoas morreram no conflito, que terminou em 1994 com um acordo de cessar-fogo, sem um vencedor. O acordo coloca a região de Nagorno-Karabakh como uma república autônoma de fato, permanecendo de jure como parte do Azerbaijão. Esse acordo interrompeu os massacres, mas não impediu a continuação das disputas territoriais entre os dois países, que até hoje reivindicam a região, e a situação piorou ainda mais recentemente.
Em 12 de julho, houve um conflito armado na região, com um número incerto de vítimas. As forças do Azerbaijão acusam a Armênia de violar limites territoriais. Em contraste, o governo armênio culpa o país oponente por essas violações. Desde então, segundo observadores armênios, bombardeios na fronteira são relatados a cada 15 a 20 minutos. Os dados sobre pessoas mortas ou feridas permanecem incertos.
O primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan acusa o Azerbaijão de iniciar hostilidades e diz que nenhuma violência ficará impune, prometendo reagir a todos os movimentos do país inimigo. Dados do Ministério da Defesa da Armênia apontam para registros de ataques de artilharia contra o território armênio nas primeiras horas de 12 de julho, quando os combates foram registrados. Segundo o governo armênio, as tropas armênias só retaliaram contra os ataques recebidos. Pashinyan acusa não apenas o Azerbaijão, mas também a Turquia de envolvimento nos ataques.
As acusações não são infundadas. A Turquia mostrou apoio ao Azerbaijão na disputa, incentivando a anexação e não uma solução pacífica do impasse. No dia seguinte aos confrontos na fronteira, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, falou em defesa do Azerbaijão, dizendo que este país "não está sozinho" no conflito. A declaração se torna controversa e perigosa em meio a uma escalada de violência, pois denota não apenas o apoio de Ancara, mas também o interesse em intervir no conflito. A Armênia reagiu com críticas severas, culpando Ancara pelo retorno da violência. Segundo o governo armênio, a Turquia tem interesse em desestabilizar a paz na região para obter maior controle e influência sobre os territórios vizinhos.
Em troca, a União Europeia emitiu uma nota pública pedindo a ambas as partes que reduzam a violência e evitem o uso da força. Da mesma forma, o Departamento de Estado dos EUA classificou a violência na região como inaceitável e instou ambas as partes a buscar uma solução pacífica para a disputa. Na mesma linha, o governo russo apelou a ambos os países por uma resolução pacífica, sem mostrar apoio a nenhuma das partes. O ministro das Relações Exteriores Sergey Lavrov instou a Armênia e o Azerbaijão a um cessar-fogo imediato e a cumprir os termos do Grupo Minsk, um comitê criado em 1992 para gerenciar a paz na região. Como os dois países são ex-repúblicas soviéticas, o papel da diplomacia russa na gestão do conflito é essencial, devido ao peso de sua influência na região.
É importante observar a diferença na abordagem dos russos, americanos e europeus à posição turca da crise. Demonstrar apoio aberto a qualquer parte na fase atual do conflito pode ser crucial para intensificar as disputas e incentivar o aumento da violência. Sendo a Turquia uma potência militar, o apoio declarado em um conflito em seus estágios iniciais pode incentivar o progresso das hostilidades. Nesse sentido, é provável que o Azerbaijão, com o apoio de Ancara e possível intervenção turca, continue o bombardeio, assumindo vantagem estratégica e superioridade sobre seu oponente. Este é o grande perigo por trás do pronunciamento turco.
A situação, no entanto, deve ser analisada em um contexto completo. A Turquia demonstrou interesse em aumentar sua relevância geopolítica regional e internacional e, para esse fim, pediu atos ousados e provocativos, como, por exemplo, seu papel na Guerra da Síria e a recente conversão de Hagia Sophia em mesquita, que provocou protestos em todo o mundo por ser um ataque desnecessário à memória do cristianismo grego, provocando o ressurgimento de tensões religiosas na região que não existiam há muito tempo.
De fato, Erdogan tem planos claros de constituir uma projeção geopolítica neo-otomana, recuperando poder e influência em nível regional em todo o território onde o Império Otomano, predecessor do moderno estado turco, operava no passado. As relações entre turcos e armênios, nesse sentido, não têm um bom histórico e estão vivas na memória armênia com o genocídio étnico-religioso perpetrado contra armênios cristãos no início do século XX.
Nesse sentido, o interesse turco em criar uma área de instabilidade que favorece sua influência regional pode ser caro. A Rússia, como potência regional com maior influência histórica no Cáucaso, deve contrabalançar os avanços turcos por meio da diplomacia, enquanto Erdogan deve ser internacionalmente pressionado para evitar qualquer intervenção na disputa entre os países vizinhos.
Em 12 de julho, houve um conflito armado na região, com um número incerto de vítimas. As forças do Azerbaijão acusam a Armênia de violar limites territoriais. Em contraste, o governo armênio culpa o país oponente por essas violações. Desde então, segundo observadores armênios, bombardeios na fronteira são relatados a cada 15 a 20 minutos. Os dados sobre pessoas mortas ou feridas permanecem incertos.
O primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan acusa o Azerbaijão de iniciar hostilidades e diz que nenhuma violência ficará impune, prometendo reagir a todos os movimentos do país inimigo. Dados do Ministério da Defesa da Armênia apontam para registros de ataques de artilharia contra o território armênio nas primeiras horas de 12 de julho, quando os combates foram registrados. Segundo o governo armênio, as tropas armênias só retaliaram contra os ataques recebidos. Pashinyan acusa não apenas o Azerbaijão, mas também a Turquia de envolvimento nos ataques.
As acusações não são infundadas. A Turquia mostrou apoio ao Azerbaijão na disputa, incentivando a anexação e não uma solução pacífica do impasse. No dia seguinte aos confrontos na fronteira, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, falou em defesa do Azerbaijão, dizendo que este país "não está sozinho" no conflito. A declaração se torna controversa e perigosa em meio a uma escalada de violência, pois denota não apenas o apoio de Ancara, mas também o interesse em intervir no conflito. A Armênia reagiu com críticas severas, culpando Ancara pelo retorno da violência. Segundo o governo armênio, a Turquia tem interesse em desestabilizar a paz na região para obter maior controle e influência sobre os territórios vizinhos.
Em troca, a União Europeia emitiu uma nota pública pedindo a ambas as partes que reduzam a violência e evitem o uso da força. Da mesma forma, o Departamento de Estado dos EUA classificou a violência na região como inaceitável e instou ambas as partes a buscar uma solução pacífica para a disputa. Na mesma linha, o governo russo apelou a ambos os países por uma resolução pacífica, sem mostrar apoio a nenhuma das partes. O ministro das Relações Exteriores Sergey Lavrov instou a Armênia e o Azerbaijão a um cessar-fogo imediato e a cumprir os termos do Grupo Minsk, um comitê criado em 1992 para gerenciar a paz na região. Como os dois países são ex-repúblicas soviéticas, o papel da diplomacia russa na gestão do conflito é essencial, devido ao peso de sua influência na região.
É importante observar a diferença na abordagem dos russos, americanos e europeus à posição turca da crise. Demonstrar apoio aberto a qualquer parte na fase atual do conflito pode ser crucial para intensificar as disputas e incentivar o aumento da violência. Sendo a Turquia uma potência militar, o apoio declarado em um conflito em seus estágios iniciais pode incentivar o progresso das hostilidades. Nesse sentido, é provável que o Azerbaijão, com o apoio de Ancara e possível intervenção turca, continue o bombardeio, assumindo vantagem estratégica e superioridade sobre seu oponente. Este é o grande perigo por trás do pronunciamento turco.
A situação, no entanto, deve ser analisada em um contexto completo. A Turquia demonstrou interesse em aumentar sua relevância geopolítica regional e internacional e, para esse fim, pediu atos ousados e provocativos, como, por exemplo, seu papel na Guerra da Síria e a recente conversão de Hagia Sophia em mesquita, que provocou protestos em todo o mundo por ser um ataque desnecessário à memória do cristianismo grego, provocando o ressurgimento de tensões religiosas na região que não existiam há muito tempo.
De fato, Erdogan tem planos claros de constituir uma projeção geopolítica neo-otomana, recuperando poder e influência em nível regional em todo o território onde o Império Otomano, predecessor do moderno estado turco, operava no passado. As relações entre turcos e armênios, nesse sentido, não têm um bom histórico e estão vivas na memória armênia com o genocídio étnico-religioso perpetrado contra armênios cristãos no início do século XX.
Nesse sentido, o interesse turco em criar uma área de instabilidade que favorece sua influência regional pode ser caro. A Rússia, como potência regional com maior influência histórica no Cáucaso, deve contrabalançar os avanços turcos por meio da diplomacia, enquanto Erdogan deve ser internacionalmente pressionado para evitar qualquer intervenção na disputa entre os países vizinhos.
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