A Coreia do Norte disse, esta terça-feira, que não tenciona
retomar o diálogo com os Estados Unidos, quando o vice-secretário de
Estado norte-americano, Stephen Biegun, chegou à Coreia do Sul para
discutir diplomacia nuclear.
Num comunicado divulgado esta terça-feira pela agência de notícias
estatal da Coreia do Norte, o alto funcionário do Ministério dos
Negócios Estrangeiros, Kwon Jong Gun, também ridicularizou os pedidos
“absurdos” para o regresso à mesa das negociações com os Estados Unidos,
feitos pela Coreia do Sul.
“Não tencionamos voltar a encontrar-nos, cara a
cara, com os Estados Unidos”, reiterou Kwon Jong Gun, no comunicado,
rejeitando qualquer hipótese de um encontro com Biegun, que aterrou esta
terça-feira em Seul, antes de partir para o Japão, na quinta-feira.
O responsável diplomático da Coreia do Norte também desvalorizou o
papel de mediador da Coreia do Sul, nas relações com os Estados Unidos.
“Lamentamos ver a Coreia do Sul a esforçar-se tanto a tentar ser o mediador. O tempo dirá se os seus esforços terão sucesso ou se serão ridículos e uma perda de tempo.”
Biegun – que também é o representante especial de Donald Trump na
Coreia do Norte – está na Coreia do Sul com uma agenda diplomática
diversificada, que inclui a desnuclearização da península coreana como
um dos pontos centrais, de acordo com um comunicado do Departamento de
Estado norte-americano.
Mas as negociações estão num impasse, após três
cimeiras entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em 2018 e
2019, em que a Coreia do Norte disse apenas aceitar uma renúncia parcial
do seu programa nuclear em troca do alívio imediato das sanções
impostas pelo Washington — uma pretensão rejeitada pelo Presidente dos
EUA.
Perante este impasse, nos últimos meses a Coreia do Norte tem
repetido que não voltará à mesa das negociações com os EUA, a menos que
receba promessas substanciais por parte de Washington.
A Coreia do Norte também tem pressionado a Coreia do Sul,
tendo interrompido todas as ligações diplomáticas e fazendo explodir o
seu escritório de ligação inter-coreano, em junho passado.
Vários analistas consideram que a Coreia do Norte evitará qualquer
nova negociação com os Estados Unidos, preferindo continuar com a
estratégia de pressão sobre a Coreia do Sul, procurando ganhar trunfos,
para jogar em futuros entendimentos com os norte-americanos.
Outros analistas, referem que Pyongyang está a ganhar tempo,
na expectativa de uma mudança de liderança na Casa Branca, após as
eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para 3 de novembro.
https://zap.aeiou.pt/coreia-do-norte-rejeitar-estados-unidos-333977
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