Um
juiz retirou esta segunda-feira a acusação de homicídio a uma mulher do
Arizona, nos EUA, que passou 23 anos no ‘corredor da morte’.
Em 1990 Debra Jean Milke tinha sido condenada pelo assassínio do
filho de quatro anos. Mais de duas décadas depois, viu o seu julgamento
anulado por um tribunal federal porque os procuradores tinham omitido um
historial de más práticas dos detectives que tinham investigado o caso.
Este foi reaberto e, na semana passada, a acusação perdeu o último
recurso que podia apresentar para que fosse de novo julgada.
Segundo as autoridades , em Dezembro de 1989 a mulher terá vestido a
criança com um fato de cowboy e entregou-a a dois amigos que o iriam
levar a um centro comercial para ver o Pai Natal. Os homens eram James
Styers, que vivia na mesma casa que a mulher e o seu filho, e um amigo
deste, Roger Scott. Os homens levaram o menino para um deserto nos
arredores de Phoenix, onde Styers o matou com tiros na nuca. O móbil do
crime seria um seguro, que Milke receberia pela morte do filho e que
partilharia com Styers. Terá também declarado à polícia que não queria
que o menino crescesse como o ex-marido.
A condenação à morte estava inteiramente suportada no relato que
terá feito ao detective Armando Saldate e ao seu parceiro. Mas os homens
foram posteriormente desacreditados – Saldate está reformado e o
parceiro já morreu – e não havia nem registo nem testemunhas de tal
confissão. Numa série de outras sentenças ficou registado que o
detective mentiu sob juramento e violou os direitos dos suspeitos
durante os interrogatórios.
Ao longo dos anos Debra Milke insistiu na sua inocência e negou que
alguma vez tivesse confessado o crime. Pelo contrário, Scott admitiu o
envolvimento logo no dia seguinte ao assassínio, tendo sido dele que
partiu a acusação que os três teriam planeado a morte da criança para
depois repartir o prémio do seguro. Styers negou sempre essa versão, e
Scott terá acabado por recuar. Os dois homens foram condenados por
homicídio e estão no ‘corredor da morte’, mas nunca testemunharam contra
a mulher.
Fonte: http://www.ionline.pt/artigos/mais/mulher-esteve-23-anos-no-corredor-da-morte-esta-inocente
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