Relatório divulgado coloca Brasil entre países com mais estresse ambiental.
Nações Unidas celebram Dia Mundial da Água neste fim de semana
Aquíferos ameaçados
De acordo com o documento, 20% dos aquíferos mundiais já são explorados excessivamente, o que pode gerar graves consequências como a erosão do solo e a invasão de água salgada nesses reservatórios.
Para melhorar a situação, o relatório apresenta quatro sugestões aos países:
- É preciso conhecer seus recursos hídricos, melhorar o monitoramento para saber de onde vem a água, qual é a sua qualidade e como realizar uma distrubuição melhor;
- Definir estratégias para o futuro, com a previsão de cenários em torno da distribuição;
- Integrar as decisões dos setores de energia, agricultura e recursos hídricos para que as ações atendam a todas as áreas e sejam feitas de forma sustentável;
- promover a boa governança: as decisões em torno da água precisam ser transparentes e devem ter a participação da sociedade civil, para que a população se sinta obrigada a colaborar para atingir a sustentabilidade.
Risco de escassez maior
Ary Mergulhão, coordenador de ciências naturais da Unesco no Brasil, explica que as políticas voltadas à água em grande parte do mundo ainda estão em formação, já que o tema “está em constante mutação e desafia a criatividade e o poder de gestão dos governos”.
“Alguns países que acreditavam que tinham muita água enfrentam atualmente problemas de escassez, má distribuição e má preservação. A consciência [dos governos] atualmente está mais crítica que antes, mas precisamos trabalhar mais”, explicou.
Nações Unidas celebram Dia Mundial da Água neste fim de semana
Um novo relatório divulgado pelas Nações Unidas nesta sexta-feira (20) afirma que, se nada for feito, as reservas hídricas do mundo podem encolher 40% até 2030 e, por isso, é preciso melhorar a gestão deste recurso para garantir o abastecimento da população mundial.
O documento, elaborado pela agência da ONU para Educação, Ciência e
Cultura, a Unesco, aponta ainda que 748 milhões de pessoas no planeta
não têm acesso a fontes de água potável.
Outra conclusão é que o Brasil está entre os países que mais
registraram estresse ambiental após alterar o curso natural de rios. As
mudanças nos fluxos naturais, segundo a análise feita entre o período de
1981 e 2010, mas que foi concluída em 2014, foram feitas para a
construção de represas ou usinas hidrelétricas.
Entre as consequências dos desvios estão uma maior degradação dos
ecossistemas, com aumento do número de espécies invasoras, além do risco
de assoreamento.
Os autores do texto cobram do governo brasileiro e das demais nações da
América Latina que priorizem a gestão da água para reduzir a poluição,
principalmente em áreas urbanas, e evitar conflitos entre o
desenvolvimento econômico e a preservação dos recursos naturais. Segundo
a ONU, o gerenciamento dos mananciais deve ser vetor para o
desenvolvimento sócio-econômico e redução da pobreza.
Aquíferos ameaçados
De acordo com o documento, 20% dos aquíferos mundiais já são explorados excessivamente, o que pode gerar graves consequências como a erosão do solo e a invasão de água salgada nesses reservatórios.
Os cientistas preveem ainda que em 2050, a agricultura e a indústria de
alimentos vão precisar aumentar em 400% sua demanda por água para
aumentar a produção.
Angela Ortigara, doutora em engenharia ambiental e integrante da Unesco na Itália, disse ao G1 que o foco do relatório é dar subsídios aos países para o enfrentamento da crise hídrica.
Segundo ela, a falta de acesso à água potável já melhorou muito – de
1990 até agora, 2,3 bilhões de pessoas deixaram de acessar recursos
contaminados. No entanto, o número apresentado no relatório deste ano
ainda é alto.
- É preciso conhecer seus recursos hídricos, melhorar o monitoramento para saber de onde vem a água, qual é a sua qualidade e como realizar uma distrubuição melhor;
- Definir estratégias para o futuro, com a previsão de cenários em torno da distribuição;
- Integrar as decisões dos setores de energia, agricultura e recursos hídricos para que as ações atendam a todas as áreas e sejam feitas de forma sustentável;
- promover a boa governança: as decisões em torno da água precisam ser transparentes e devem ter a participação da sociedade civil, para que a população se sinta obrigada a colaborar para atingir a sustentabilidade.
Tais medidas podem, por exemplo, ajudar o Brasil a resolver o atual
problema de desabastecimento que atinge várias regiões metropolitanas do
país.
A ausência de chuvas ao longo de 2014 baixou o nível de reservatórios
importantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que tiveram
que implantar políticas restritivas de acesso a água, como racionamento
ou aplicação de multa para quem gasta mais recursos hídricos.
Risco de escassez maior
Ary Mergulhão, coordenador de ciências naturais da Unesco no Brasil, explica que as políticas voltadas à água em grande parte do mundo ainda estão em formação, já que o tema “está em constante mutação e desafia a criatividade e o poder de gestão dos governos”.
“Alguns países que acreditavam que tinham muita água enfrentam atualmente problemas de escassez, má distribuição e má preservação. A consciência [dos governos] atualmente está mais crítica que antes, mas precisamos trabalhar mais”, explicou.
Cidades da região Nordeste também sofrem com a falta d'água (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)
Fonte:
http://g1.globo.com/economia/crise-da-agua/noticia/2015/03/40-das-reservas-hidricas-do-mundo-podem-encolher-ate-2030-diz-onu.html
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