Protótipo de telefone com peças modulares foi mostrado no MWC 2015.
Projeto pode 'remodelar cenário da telefonia móvel', diz empresário.
O smartphone, ainda em fase de protótipo, foi apresentado durante o Mobile World Congress (MWC) 2015, em Barcelona, na Espanha.
Projeto pode 'remodelar cenário da telefonia móvel', diz empresário.
O smartphone, ainda em fase de protótipo, foi apresentado durante o Mobile World Congress (MWC) 2015, em Barcelona, na Espanha.
O princípio é simples: consiste em uma estrutura básica sobre a qual
são enxertados diferentes módulos – tela, bateria, câmera, sensores, 3G,
Wi-Fi – por meio de eletroímãs. O Google planeja oferecê-lo em três
tamanhos.
Uma empresa americana envolvida no projeto, Yezz, veio representar a
ideia em Barcelona. Exposto em uma vitrine, o protótipo não desperta
grande atenção, mas os blogueiros e jornalistas não hesitaram em entrar
na fila para vê-lo.
Sua vantagem? Não haverá a necessidade de mudar de aparelho quando uma
peça quebrar ou quando um novo modelo mais eficiente sair no mercado.
Basta mudar os módulos em questão com um simples clique.
O aparelho exposto em Barcelona recebe uma tela de alta definição, uma
bateria, uma conexão com um carregador, uma câmera, uma conexão 4G,
chips e elementos de tamanho e espessuras diferentes.
"A versão final não terá esse aspecto nem peso", assegura Marion Chaparro, representante da Yezz na Europa.
O Google promete uma durabilidade de cinco ou seis anos para o
esqueleto de seu smartphone, contra os dois anos em média atuais. Resta
ver por quanto tempo cada módulo funcionará.
"É bom para o meio ambiente" combater a obsolescência programada,
considera Annette Zimmermann, especialista do setor de telecomunicação
do escritório Gartner, com sede na Alemanha.
Algumas startups trabalham em projetos similares, mas nenhum nesta amplitude.
Reforço da predominância do Android
A ambição do Google é imensa. O projeto "pode remodelar o cenário da telefonia móvel", assegurou seu empresário Paul Eremenko em janeiro ante uma plateia de programadores.
Destina-se a seis bilhões de clientes em potencial, não menos que isso,
o um "bilhão de usuários atuais de smartphones e cinco bilhões de
usuários potenciais", em sua maioria nos mercados emergentes, garantiu
sem reservas Paul Eremenko.
Um número mais modesto de pessoas poderá testar o produto em breve. A
empresa americana planeja testá-lo em larga escala em Porto Rico até o
final de 2015.
"Vamos ver se o público gosta", adverte Annette Zimmermann, e se o
Google consegue desenvolver uma rede de distribuição adequada.
A ideia tem seduzido os fãs de tecnologia, mas não é certo que
encontrará o seu público, confirma Ben Wood, analista da CCS Insight,
com sede na Grã-Bretanha. A tendência caminha em direção aos telefones
mais finos, com uma tela grande, enquanto um modelo modular poderia ser
"maior, com um design não muito elegante".
O diretor do projeto reconhece que há um longo caminho a percorrer. Os
consumidores desejam uma maior personalização de produtos, mas tem
dificuldade em decidir quando dadas muitas opções, explicou em janeiro.
"Precisamos resolver este paradoxo".
O Google também rejeita, pelo menos por enquanto, produzir módulos com
impressoras 3D, já que a técnica ainda não foi desenvolvida
suficientemente para este fim.
Outra incógnita é qual modelo de negócio poderia ser desenvolvido em
torno deste novo produto, comenta Jérôme Colins, especialista em
questões de telecomunicações da empresa Roland Berger, de Paris.
O Google ainda não fala de preço de venda, evocando apenas um custo de
produção entre US$ 50 e US$ 100 para um modelo de entrada.
"O Google não está tentando ganhar dinheiro diretamente com o Ara, a
empresa procura essencialmente a divulgação de smartphones em países de
baixo poder aquisitivo e unir o ecossistema em torno do Android", o
sistema operacional já dominante no setor de smartphone, diz Jérôme
Colin.
Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/03/google-pretende-reinventar-os-smartphones-com-seu-project-ara.html
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