A directora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan,
apelou hoje para uma “acção global” para acabar com a indústria
tabaqueira e elogiou os progressos mundiais feitos na luta contra o
tabagismo.
Fonte: http://www.jornalmedico.pt/2015/03/18/organizacao-mundial-de-saude-quer-accao-global-para-acabar-com-industria-tabaqueira/
Falando na Conferência Mundial do Tabaco, que decorre na capital dos
Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, Margaret Chan felicitou os vários
países, como a Austrália, que introduziram embalagem simples nos pacotes
de cigarros, exortando outros Estados a adoptarem a mesma decisão.
A responsável da agência da ONU assinalou que as empresas de tabaco
“usam todo tipo de tácticas, incluindo o financiamento de partidos
políticos e de políticos individualmente para trabalhar para elas” e que
“não há nada que não explorem para prejudicar os governos na sua
determinação de proteger o próprio povo”.
“Vai ser uma luta dura” mas “não devemos desistir até termos a
certeza de que a indústria tabaqueira acabou”, assegurou Margaret Chan.
Em 2014, a OMS lançou novas orientações, no âmbito da Convenção
Quadro de Controlo do Tabaco, a exortar os Estados membros da ONU a
aumentarem os impostos que incidem sobre produtos derivados do tabaco,
produto que anualmente mata cerca de seis milhões de pessoas em todo o
mundo, segundo a agência.
“O tabagismo caiu em vários países maioritariamente graças às medidas
legislativas”, afirmou Margaret Chan, apontando o mais recente
relatório da OMS, em que se demonstra que a proporção de homens que
fumam registou uma queda em 125 países.
Para a directora geral da OMS, ser não fumador “está a tornar-se uma norma”.
“Estamos felizes por ver esse progresso em tantos países”, disse à
AFP à margem da conferência, onde instou as nações que produzem folhas
de tabaco para “se moverem mais rápido” no combate ao tabagismo,
estabelecendo parcerias com a Organização da ONU para a Alimentação e
Agricultura (FAO) e a OMS.
Na véspera da preparação da Conferência das Partes da Convenção
Quadro para o Controlo do Tabaco da OMS (COP6), que decorreu em Outubro
último na Rússia, diversos produtores africanos de tabaco mostraram-se
alarmados com a suposta exclusão dos governos de África nos debates
sobre políticas ligadas à indústria tabaqueira.
“As pessoas que definem estas políticas estão completamente alheadas
da realidade e não conseguem reconhecer o contributo económico positivo
da produção de tabaco em África”, disse na altura o presidente da
Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA, sigla em
inglês), François van der Merwe.
Aquele responsável afirmou que os produtores do Zimbabué, do Maláui,
da Zâmbia, do Quénia e da África do Sul consideravam o tabaco “uma
cultura de elevado valor comercial e bastante adequada à agricultura de
pequena escala, tendo mudado para melhor a vida de muitos agricultores
africanos”, pelo que os produtores exigiam a sua inclusão nos debates da
OMS sobre as políticas do sector.
Até 2025, a OMS pretende reduzir para 30 por cento o consumo de
tabaco, pelo que Margaret Chan afirmou que, apesar de uma queda no
número de fumadores em muitos países é necessário fazer muito mais para
conter a prática do uso de tabaco.
Fonte: http://www.jornalmedico.pt/2015/03/18/organizacao-mundial-de-saude-quer-accao-global-para-acabar-com-industria-tabaqueira/
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